Só um esforço humanamente impossível poderia travar prescrições no maior processo da justiça portuguesa.
“Temos as caixas que são das buscas, temos os recursos, temos os apensos bancários, temos a transcrição também das escutas, temos os processos de indemnização civil”, explica a assessora jurídica, Tânia Graça
O processo BES tem 42 crimes em risco de prescrição: 22 são falsificação de documentos e 16 de infidelidade. Alguns prescrevem este mês, outros até 26 de março. Para evitar isso, seria preciso decidir, em poucas semanas, um processo que demorou uma década a ser investigado. E este até tem data marcada: 15 de outubro. É o único dos mais mediáticos com dia para começar nesta rentrée judicial.
A Operação Marquês continua parada, sem data para julgamento e aqui há quem entenda que até já prescreveu pelo menos um, a falsificação do contrato de arrendamento da casa de Paris.
Sem data para começar está também o julgamento da Operação Lex que envolve o antigo juiz Rui Rangel e o ex-presidente do Benfica Luís Filipe Vieira.
Os tribunais reabrem sem que se saiba também o destino do processo das rendas da EDP. Mais de uma década depois, o Ministério Público vai ter de encerrar a investigação a António Mexia e a João Manso Neto. Até 30 de setembro tem de decidir se os acusa ou se arquiva o processo.
Longe dessa decisão estão ainda o caso de corrupção na Madeira, o processo das gémeas e a operação Influencer.