Paulo Raimundo afirma que as medidas recentemente anunciadas pelo Governo de Luís Montenegro são “propaganda”. O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) comenta o facto de a baixa retenção de IRS e os apoios extraordinários aos idosos calharem “exatamente em cima” da discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano.
“O Governo, tenho de dar a mão à palmatória, tem uma equipa de propaganda extraordinária”, declarou, esta segunda-feira, à margem de uma visita aos preparativos para a Festa do Avante, que acontece na Amora, Seixal, de 5 a 7 de setembro.
O suplemento extraordinário às pensões será pago uma única vez, em outubro, atribuindo 200 euros a quem tem reformas mais baixas (até 509 euros), 150 euros às pensões consideradas médias (até 1.018 euros) e 100 euros às que são um pouco mais elevadas (até 1.527 euros).
O líder comunista considera que este anunciado apoio extraordinário aos idosos é uma medida “importante para quem recebe”, mas que, sendo pago uma única vez, “não resolve problema nenhum de fundo".
Paulo Raimundo ironiza também a “coincidência” de essa medida ter efeitos precisamente ao mesmo tempo que a baixa de retenção de IRS na fonte – e em época de discussão do Orçamento do Estado de 2025.
Recorde-se que quem ganha até 1.175 euros brutos terá 0% de retenção de IRS em setembro e outubro, para compensar o imposto retido a mais pelos trabalhadores por conta de outrem e pelos pensionistas desde o início do ano, com as mudanças nas tabelas de IRS.
“Isto é mera coincidência. Não, só pode ser! Calhou assim! Exatamente em cima da discussão do Orçamento do Estado”, comentou o secretário-geral comunista, com sarcasmo.