Os dados mais recentes avançados pela Associação Portuguesa de Seguradores revelam que 47% dos proprietários não têm seguros contra sismos. Atualmente, os bancos já exigem esta cobertura se for solicitado um empréstimo, mas a mudança é recente.
Mais de metade dos edifícios em Lisboa foram construídos antes de a primeira lei da proteção sísmica entrar em vigor, em 1982.
É o que acontece com a casa no número 50 da Rua dos Remédios, em Lisboa. Apesar de ter sido alvo de uma intervenção em 1998, não há certezas sobre se o risco sísmico - que é elevado no bairro de Alfama – foi acautelado. Nelson vive aqui há mais de 40 anos. Espera que a proprietária tenha um seguro que ajude a mitigar o custo de eventuais danos na habitação.
Esta é uma das zonas mais críticas na capital.Os prédios são antigos e concentram um número elevado de moradores.
Mas jogar pelo seguronão é para todas as carteiras: há quem não tenha como pagar uma cobertura antissísmica. Ataxa é calculada pelas seguradoras tendo em conta a zona e a data de construção do edifício.
Por não ter essa garantia, Susana, moradora em Alfama, está até a decidida a mudar de morada.“Já noutras alturas tinha pensado mudar de casa e agora estou mesmo resolvida”, afirma.
“O meu prédio será dos primeiros a cair [em caso de sismo], porque ele é muito antigo”, admite David, outro morador do bairro de Alfama. “É preciso um abanão, literalmente, para a gente começar a pensar nisso.”
A Associação Portuguesa de Seguradores alertaque só uma em cada cinco casas no país tem seguro contra o risco de sismo.
Depois do susto desta segunda-feira, apesar do tremor de terra de magnitude 5,3 na escala de Richter não ter causado danos, a urgência de medidas de segurança voltou a estar em cima da mesa.A expectativa é que nos próximos tempos sejam pensadase aplicadas, de Norte a Sul do país, porque prevenir é sempre a melhor opção.