Fechou para férias no dia 16 de agosto. Devia reabrir esta segunda-feira, mas as portas desta empresa em Guimarães continuaram trancadas. Especializada em roupa interior, a Bipol expôs a decisão de encerrar por dificuldades financeiras através de um e-mail enviado aos 40 trabalhadores.
“Tenho uma bebé com dois anos que requer muitos cuidados de saúde, tenho despesas muito grandes com ela, pago uma renda muito elevada neste momento e o dinheiro só do meu marido não chega”, conta uma trabalhadora.
O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes fala em dívidas e malhas soltas. Há trabalhadores que ficaram sem o salário de agosto, alguns dias de setembro e muitos sem o subsídio de férias.
“Como é que vamos pagar o aluguer da casa, e alimentarmo-nos… como é que vamos fazer essas coisas. (…) Eles escusavam de fazer isto. No último dia de trabalho encerravam a empresa, comunicavam aos trabalhadores, e davam os papéis para o desemprego”, diz uma trabalhadora.
“Eles ainda não me pagaram os meus direitos trabalhistas que são férias, subsídios de férias, os dias trabalhados e isto desde 28 de fevereiro”, afirma outra trabalhadora.
O despedimento coletivo criou um clima de indignação já que a empresa vimaranense não terá cessado os contratos de trabalho devidamente, o que bloqueia a inscrição no fundo de desemprego.
“A gerência desta sociedade e os seus sócios tomaram a decisão de ir por este caminho , provocando aqui danos aos trabalhadores . No mínimo o que se exige é que lhes fosse facultado o documento para o desemprego”, explica Francisco Vieira do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes.
Só quando for nomeado um novo gestor é que os trabalhadores poderão desvincular-se totalmente, mas, até lá, os planos para o futuro ficam em suspenso.