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Denúncia de más práticas no Hospital de Faro: IGAS conclui que não houve erros

As comissões que conduziram os inquéritos no caso de alegadas más práticas por cirurgiões no hospital de Faro, em 2023, concluíram que não houve erros.

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O caso foi desencadeado após denúncias de uma médica há cerca de um ano e meio, apontando graves atropelos das regras, mas a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) não identificou erros no tratamento de nenhum dos 12 utentes cujos processos foram analisados.

Apesar disso, a IGAS confirmou a abertura de três processos disciplinares: dois pela própria Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e um pelo Hospital de Faro. São processos que abrangem a assistência a seis utentes. No entanto, é frisado que em nenhum dos casos houve violação dos métodos e procedimentos médicos.

"Foi concluído o processo de inquérito [...], tendo sido apurados indícios de responsabilidade disciplinar em alguns casos do conjunto dos participados, dos quais emergem factos fundamentadores da instauração de processos disciplinares a alguns dos profissionais intervenientes, na assistência médica em causa", lê-se no comunicado enviado pela IGAS à agência Lusa.

Na sequência das denúncias, em junho do ano passado, a Ordem dos Médicos suspendeu preventivamente e por seis meses dois cirurgiões da unidade, medida que abrangia o diretor do serviço de Cirurgia e outro cirurgião do hospital algarvio. Estas denúncias levaram também o Ministério Público a instaurar um inquérito.

Diana Pereira reportou vários casos de alegado "erro/negligência" na Cirurgia do hospital de Faro, ocorridos entre janeiro e março de 2023, sendo que, segundo a médica, dos 11 casos reportados, três doentes morreram, dois encontravam-se na altura internados nos cuidados intermédios e os restantes tiveram lesões corporais associadas aos alegados erros médicos.

A interna, que na altura tinha três meses de especialidade, acusou o orientador de formação de más práticas e o chefe de serviço de conivência.

A Unidade Local de Saúde do Algarve frisa que os dois relatórios ilibam os seus profissionais de erro e anuncia a intenção de acionar os mecanismos legais para repor o bom nome da instituição e dos colaboradores. Acrescenta ainda que não deixará de extrair consequências a quem possa ter feito acusações improcedentes.

Com LUSA