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Expedição científica estudou durante 21 dias a maior montanha submarina da Europa

Terminou a expedição no mar ao Banco de Gorringe que começou no início do mês. Investigadores e mergulhadores trabalham juntos para descobrir mais sobre a maior montanha submarina da Europa ocidental. Uma missão que uma equipa da SIC acompanhou durante alguns dias.

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Algo por aqui terá despertado a atenção deste tubarão azul. É certo que o cheiro de sardinha colocado pelos investigadores nesta estrutura ajudou a trazê-lo para perto. 

A ideia era mesmo essa, a de identificar e filmar os chamados animais pelágicos que vivem na coluna de água. 

“Lançamos cinco destes aparelhos para a água durante duas horas e durante essas duas horas tudo é filmado, tudo o que passar ou que seja atraído para a lata de isco, é filmado. Podem ser tubarões, tartarugas, golfinhos”, explicou Julien Magne, da Universidade Western Austrália. 

Este é apenas um dos grupos de investigação que embarcaram nesta aventura no Gorringe. Está num dos dois catamarãs satélite do navio Santa Maria Manuela onde a agitação marítima diminui, mas a logística aumenta. 

Aqui estão a viver durante 3 semanas 44 investigadores e mergulhadores. 

Entre quem trás as amostras e quem as recebe há aqui um trabalho de coordenação. Este antigo navio bacalhoeiro é hoje um autêntico laboratório flutuante. 

Os mergulhadores fazem dois a três mergulhos por dia para trazer as mais variadas amostras. Cumprem apertadas tabelas de imersão em nome da ciência 

A Fundação Oceano Azul começou a pensar nesta expedição ao Gorringe há cerca de um ano. O banco faz parte da Rede natura 2000 mas é importante criar medidas de proteção que passarão pela criação de uma área marinha protegida.

“De facto historicamente temos falhado na proteção marinha e temos falhado redondamente no que diz respeito  aos objetivos de conservação. Nós temos 3% do Oceano sem atividade pesqueira”, explica Emanuel Gonçalves, responsável científico da expedição - Fundação Oceano Azul.  

Portugal comprometeu-se até 2030 a proteger pelo menos 30 por cento do oceano. O banco de Gorringe foi descoberto em 1875. Até este momento estão identificadas 862 espécies neste local que cruza as placas euro-asiáticas e africana. 

Esta expedição quer então conhecer melhor e sobretudo proteger aquela que é a montanha submarina mais alta da Europa. São 21 dias de missão tendo como base o navio Santa Maria Manuela.