Uma empresa de enchidos de Vila Nova de Gaia vai avançar para o despedimento coletivo de 125 trabalhadores e colocar outros em lay-off. O incêndio que há três meses destruiu a fábrica levou a administração a cortar postos de trabalho.
Logo a 6 de julho, no dia do incêndio, que deixou marcas de destruição que ainda agora estão à vista, ficaram dúvidas sobre o futuro dos 435 funcionários.
A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia até chegou a anunciar que iria apoiar a empresa para salvaguardar os postos de trabalho, mas, três meses depois, confirma-se o pior dos cenários.
José Armando Correia, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e Bebidas (STIANOR), afirma que a empresa adiantou ao sindicato a intenção de "fazer um despedimento coletivo de 125 pessoas” e ter “um grupo de 130 pessoas que vão ficar em lay-off durante um ano”.
Além destes, outros 25 funcionários vão sair através de rescisões amigáveis. Para já, os trabalhadores optam pelo silêncio
A SIC contactou também a DAT-Schaub Portugal, que pertence a uma multinacional dinamarquesa e produz tripas naturais para enchidos, sem obter resposta.
Explicações não descansam sindicato
Ao sindicato a empresa justifica os despedimentos com a menor dimensão das novas instalações e com o tempo que vai ser preciso para as obras.
“Segundo a informação que nos passou, a empresa vai manter-se em Portugal, vai reconstruir a fábrica, mas o que nos aponta é um prazo de um ano para tê-la pronta”, diz José Armando Correia.
Explicações que não sossegam o sindicato. Teme que os trabalhadores mais velhos e com poucas qualificações fiquem abandonados.
“Um trabalhador com 49 anos e a quarta classe, no mercado de trabalho, o que é que vai conseguir? “, questiona o representante do sindicato. “É problemático, preocupa-nos muito.”
Estas e outras preocupações vão ser discutidas com os trabalhadores num plenário que decorre na empresa, esta sexta-feira, ao início da tarde.