Frente ao estabelecimento prisional de Vale de Judeus, de onde a 7 de setembro fugiram cinco reclusos, os guardas prisionais do país cumprem uma vigília solidária. Reclamam que são poucos a trabalhar num sistema com muitas fragilidades.
"Tivemos de chegar a esta fuga para olharem para nós. O sistema prisional português está mal", diz Frederico Morais, do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).
Um mês depois da fuga, o jornal Público avança que o Ministério da Justiça ainda não recebeu o relatório da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, que deveria ser entregue num mês, e admite que possa não ser divulgado publicamente.
“Ninguém quis saber”
Frederico Morais diz que o sindicato alerta para as falhas no sistema desde 2021 , mas “ninguém quis saber”.
O relatório preliminar elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança, que chegou às mãos da ministra, assumia erros e falhas muito graves, grosseiras e inaceitáveis. Bastaram seis minutos para a fuga, mas só cerca de 1 hora depois foi detetada.
O diretor-geral dos Serviços Prisionais e o subdiretor com o pelouro da segurança demitiram-se. O novo diretor, de acordo com o Ministério da Justiça, já tomou medidas de segurança, que entretanto não são divulgadas.
A Policia Judiciária tem a cargo uma investigação criminal e foram emitidos mandados de detenção europeus. Fábio Loureiro, conhecido como Fábio “Cigano”, é desde esta segunda-feira o único detido. Quatro homens continuam a ser procurados.