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Uma avalanche de lojas de souvenirs no Porto? Rui Moreira quer travar licenças automáticas

O presidente da Câmara Municipal do Porto sugere que o crescimento de lembranças na cidade está associado a negócios paralelos. O autarca pede ao Governo que acabe, por isso, com o chamado “licenciamento zero”.

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Rui Moreira pede ao Governo mais poder para regular as lojas de souvenirs no Porto. O autarca está preocupado com o aumento destes negócios na cidade.

Ímanes, postais e outras lembranças. Há uma chuva de lojas que vendem estes artigos nas ruas do Porto. As contas da autarquia são já do ano passado – Rui Moreira garante que, hoje, “são piores” - e foram feitas a pedido do anterior ministro da Administração Interna.

“Em 47 artérias do centro cidade (...), havia 181 lojas dessas”, referiu o presidente da Câmara Municipal do Porto, em declarações aos jornalistas.

“Como é que é possível em sítios premium da cidade do Porto, até na Avenida dos Aliados, de repente, abrirem determinadas lojas cujo produto da venda não parece justificar a existência dessas lojas?”, questionou.

Se este crescimento serve negócios paralelos é uma ideia que Rui Moreira deixa no ar, mas não concretiza.

“Alguma coisa que é comércio parece, de facto, não ser comércio e está a degradar a imagem que os portugueses têm de si próprios e da sua própria cidade. Isso deve-nos preocupar”, atirou o autarca.

A preocupação, garante, não é exclusiva do Porto. A solução, afirma Rui Moreira, é travar o licenciamento automático - o chamado “licenciamento zero”, que veio simplificar os processos de instalação de estabelecimentos comerciais-, um pedido que já fez ao atual Governo.

“Se acabarem com o licenciamento zero, nós podemos, a partir daí, fazer um zonamento, em que determinamos um stock de lojas por artéria. É possível criarmos regulamentos que permitam que a cidade, de alguma maneira, tenha uma intervenção”, defendeu.

Intervenção que a cidade quer ter, não só nas lojas de souvenirs, mas também nos espaços de atividades noturnas.