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Ricardo Salgado: fugiu no pós-25 de Abril, reergueu o GES, mas nada o salvou do terramoto de 2014

Ricardo Salgado não conseguiu travar o julgamento. Depois da Operação Marquês e do processo EDP, agora é o caso BES que leva ao banco dos réus o homem que, durante mais de 20 anos, liderou o Grupo Espírito Santo.

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Ricardo Salgado, ex-líder do Grupo Espírito Santo (GES), não conseguiu evitar o julgamento no processo relacionado com a queda do Banco Espírito Santo (BES). Nas últimas horas, o tribunal rejeitou o pedido da defesa, que argumentava que a doença de Alzheimer do antigo banqueiro deveria levar à extinção do processo. Apesar do diagnóstico, os juízes consideraram que a sua condição mental não impede a continuação do julgamento.

Salgado, que liderou o GES por mais de duas décadas, foi uma das figuras mais poderosas da economia portuguesa, com o grupo a atuar em áreas como finanças, turismo, saúde e construção.

No entanto, o colapso do BES em 2014 marcou o fim de uma era, deixando milhares de clientes lesados e resultando em vários processos judiciais contra Salgado, incluindo a Operação Marquês e o caso EDP.

Agora com 80 anos e amparado pela esposa, Ricardo Salgado enfrenta o maior processo da justiça portuguesa. Embora a defesa insista que a condição de saúde o incapacita de responder em julgamento, vários peritos independentes indicam que Salgado pode ainda prestar depoimento, o que leva a justiça a prosseguir com o caso.

Dez anos depois, a justiça começa esta terça-feira a julgar o caso BES. Ricardo Salgado é o principal dos 18 arguidos. Está acusado de ter sido o líder de uma "associação criminosa" que arruinou o Grupo Espírito Santo em benefício próprio.