País

Militares da GNR de Palmela suspeitos de agredirem 3 menores continuam em funções

O juiz decidiu aplicar aos quatro guardas a proibição de contactos entre si e com as vítimas, mas não suspendeu as funções. O Ministério Público recorreu, defendendo que existe o "perigo de continuação da atividade criminosa". Ainda assim, o Tribunal da Relação de Évora rejeitou atender ao recurso.

(Arquivo)
Loading...

Quatro militares da GNR de Palmela são suspeitos de sequestrarem e agredirem três menores. O Ministério Público queria a suspensão dos militares, mas o Tribunal da Relação de Évora decidiu que continuam em funções. Diz que seria "uma condenação antecipada".

No primeiro interrogatório judicial, os militares ficaram em silêncio. O juiz de instrução criminal decidiu aplicar aos quatro guardas a medida de coação de proibição de contactos entre si e com as vítimas, mas não suspendeu as funções.

Inconformado, o Ministério Público recorreu, defendendo que existe o "perigo de continuação da atividade criminosa".

Ainda assim, o Tribunal da Relação de Évora rejeitou atender ao recurso, justificando que seria "uma condenação antecipada".

Os quatro militares continuam, então, em funções, mas em diferentes postos da GNR.

Agressões com bofetadas, socos e pontapés

O caso remonta a 11 de abril, dia em que três jovens saíram sem autorização da associação Centro Jovem Tejo, em Palmela.

Durante a madrugada, foram localizados por militares da GNR, que lhes terão dado ordem para que se encostassem a um muro, onde começaram as agressões com bofetadas, socos e pontapés.

Uma das militares contactou outro guarda, que na altura estava de férias, dando a informação que tinham apanhado os jovens. O guarda deslocou-se até ao local à civil e, com um bastão, deu mais pancadas no corpo de um dos menores.

As ofensas e agressões continuaram, enquanto diziam "caso voltes a fugir da instituição, vais sofrer as consequências".

Já no trajeto para o centro, os jovens terão sido obrigados a sair do carro da GNR e a correr à frente do mesmo.

Os militares terão ainda ordenado aos jovens para que dissessem na instituição que tinham sofrido quedas, para justificar as lesões que apresentavam.