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Desacatos em Carnaxide: Isaltino apela à calma e diz que objetivo é provocar a polícia

Pela segunda noite consecutiva, foram registados desacatos na sequência da morte de um homem baleado pela PSP, na Cova da Moura. Os distúrbios que começaram no bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, estenderam-se a outras partes da Grande Lisboa, incluindo ao concelho de Oeiras.

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O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, apelou esta terça-feira à calma e afirmou que o objetivo dos autores dos desacatos em vários bairros de Lisboa é provocar a polícia.

Pela segunda noite consecutiva, foram registados desacatos na sequência da morte de um homem baleado pela PSP, na madrugada de segunda-feira, na Cova da Moura. Os distúrbios que começaram no bairro do Zambujal, no concelho da Amadora, estenderam-se esta madrugada a outras partes da Grande Lisboa, incluindo ao bairro da Portela, em Carnaxide.

Aos jornalistas, o autarca de Oeiras rejeitou a onda de alarmismo e desvalorizou os danos causados, em Carnaxide: “Não há qualquer dano a não ser um automóvel que foi incendiado.”

Isaltino apelou ainda aos moradores para que “não se deixem envolver por grupos provocadores, que naturalmente são marginais”, e disse que a polícia está a “atuar com a máxima tranquilidade”.

"Aquilo que os provocadores pretendem é que a polícia entre aí pelo bairro a fora e, naturalmente, entrem em confrontos.”

No bairro da Portela, em Carnaxide, pelo menos um autocarro da Carris ardeu. Um grupo pediu ao motorista e aos passageiros para saírem do autocarro e levaram o veículo para outra zona do bairro.

A equipa de reportagem da SIC no local passou por vários carros e caixotes do lixo incendiados.

A morte de Odair Moniz

Os tumultos das duas noites passadas surgem após a morte de Odair Moniz, baleado fatalmente pela polícia na madrugada de domingo, na Cova da Moura.

De acordo com um comunicado da PSP, o homem terá fugido à polícia e, depois de ser abordado, terá resistido à detenção e tentado agredir os agentes com uma arma branca - tendo sido baleado.

O agente da PSP que disparou foi constituído arguido. A notícia foi confirmada esta terça-feira pela SIC, que apurou que o agente já foi interrogado pela Polícia Judiciária e entregou a arma às autoridades.

O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária e levou à abertura de um inquérito urgente pela Inspeção Geral da Administração Interna.