País

Violência em Lisboa: "Se for preciso, Câmara arranja mais esquadras", diz Carlos Moedas

O autarca, de saída da reunião com vários presidentes de Câmara sobre os desacatos na Grande Lisboa, diz que já fala do "sentimento que se está a criar, na cidade, de insegurança" há algum tempo. O autarca informa que, em 10 anos, Lisboa perdeu mais de 1.000 agentes da PSP.

Loading...

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, defende o reforço da Polícia Municipal e o aumento do número de esquadras da PSP, em Lisboa.

Carlos Moedas, de saída da reunião com autarcas sobre os desacatos na Grande Lisboa, diz que já há algum tempo que fala do "sentimento de insegurança que se está a criar na cidade".

"Em 2010, Lisboa tinha mais de 8.000 Polícias de Segurança Pública e hoje tem 6.700. Ou seja, a cidade de 2010 tinha mais policiamento do que a cidade de 2014, e isso não pode ser", atira.

O autarca garante que é necessário continuar a investir na segurança da cidade e afirma que, "se for preciso mais esquadras em Lisboa, a Câmara Municipal arranja mais esquadras".

Carlos Moedas informa ainda que vários autarcas "estão de acordo" com o reforço das polícias municipais. Entende também que "num estado de direito deve haver tolerância zero à violência".

"O sentimento de insegurança está a crescer na cidade de Lisboa e eu não posso admitir isso. Não posso ter, como hoje tenho, na cidade, queixas constantes de sentimento de insegurança.", declara.

O autarca diz também que a Polícia Municipal de Lisboa e a EMEL colocaram a totalidade dos seus meios "à disposição do Estado e das outras autarquias", logo após o início dos episódios de violência que têm marcado os últimos dias.

Revela que o Governo "está disponível" para aceitar as exigências da autarquia no que ao reforço dos meios de segurança na capital diz respeito, não querendo afiantar mais pormenores.

"Neste bairros, as pessoas trabalhadoras estão connosco porque as pessoas ão querem violência. É preciso estar sereno e calmo", garante.

Odair Moniz foi baleado na madrugada de segunda-feira

Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Os desacatos desencadeados pela sua morte tiveram início no Zambujal, na noite de segunda-feira, e estenderam-se, desde terça-feira, a outros bairros da AML.

No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Além de um motorista de autocarro que sofreu queimaduras graves (em Loures), alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.

Segundo a PSP, Odair Moniz pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.