O líder do Chega, André Ventura, garante que a queixa-crime que será apresentada por um grupo de cidadãos contra o próprio e o deputado Pedro Pinto trata-se de "perseguição". Por isso, garante que, se for o caso, responderá em tribunal e que não será calado.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura nega ter incitado à desobediência e garante que, pelo contrário, incitou "à obediência total das autoridades".
"É uma coisa sem nenhum sentido e sem nenhum cabimento, num momento em que a justiça está entupida de trabalho (...) É uma discussão política, de cariz social que apenas é para fazer perseguição e apenas para fazer pressão no sentido de dizer 'cuidado porque se não dizem as coisas certas a que o país vos habituou nós somos capazes de vos pôr na prisão", afirma.
Apesar de não concordar com a queixa, garante que "se o Ministério Público entender que deve fazer o avanço", responderá e pedirá "na primeira hora" o levantamento da imunidade parlamentar.
"Não deixo de dizer que é um mau sinal para a democracia quando os meus opositores acham que para me calar tenho de ir para a cadeia", nota.
Questionado sobre as palavras de Pedro Pinto, líder parlamentar do Chega, que disse, em entrevista à RTP 3, que se os polícias "disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem", o líder do Chega clarificou que o deputado "quis transmitir que a polícia não pode ter medo de usar as suas armas":
"Isso implica, às vezes, matar, nomeadamente quando os tentam matar a eles quando vêm com uma arma branca para cima deles."
A queixa apresentada por um grupo de cidadãos, entre os quais a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem, vai apresentar uma queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto, do Chega, por declarações relacionadas com a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia.