País

Sobe para 8 o número de mortes associadas a atrasos do INEM

Morreram mais duas pessoas desde que se instalou o caos no atendimento da linha de emergência do INEM. As chamadas para o 112 nem chegaram a ser atendidas, as vítimas foram levadas para os hospitais em carros particulares e morreram a caminho. No total são agora oito mortes associadas ao atraso do INEM no envio de meios de socorro.

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Na passada segunda-feira, uma mulher que estava nas instalações do Ministério Público em Almada sofreu um mal-estar súbito. Depois de várias tentativas falhadas aos habituais contactos de emergência, a senhora foi transportada, em último recurso, por um carro patrulha da PSP para o Hospital Garcia de Orta, mas acabou por morrer.

O Ministério Público, que já tinha exigido a realização de autópsia médico-legal, abriu agora um inquérito à morte da mulher. O atraso na resposta aos pedidos de socorro tem posto em causa várias vidas.

Na passada segunda-feira, das mais de 4400 chamadas atendidas pelos CODU, em mais de 1800 não foram acionados meios. A demora de resposta tem estado condicionada pela greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar que obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde.

Até ao momento, são já conhecidas 8 mortes por atraso no socorro de emergência a juntar aos casos já noticiados em Almada, Tondela, Castelo de Vide, Cacela Velha, Vendas Novas, Bragança e Ansião houve mais um caso em Pombal.

No passado dia 4 de novembro, um homem de 53 anos sentiu-se mal, ligou de imediato para o 112 mas ninguém atendeu. Sem resposta, pediu à esposa que o levasse ao hospital, a meio do caminho foi preciso chamar, com urgência, os bombeiros de Pombal.

Quando chegaram ao local, o senhor já estava em paragem cardiorespiratória, iniciaram de imediato manobras de suporte básico de vida, mas precisaram da ajuda do INEM de Leiria, que chegou meia hora depois. O senhor não resistiu e o óbito foi declarado no local.

O INEM admite não ter funcionários suficientes para atender o elevado número de chamadas e já confirmou o impacto da greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.