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Alunos da Escola de Teatro de Cascais organizam boicote por melhores condições

Agora que a escola mudou de instalações para o Edifício Cruzeiro, no Monte Estoril, queixam-se da falta de espaços para ensaiar e da falta de respostas por parte da direção.

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A Escola Profissional de Teatro de Cascais (EPTC) parou na manhã da passada quinta-feira, num boicote organizado pelos alunos. Em causa estão faltas de condições, mas também um plano curricular que não corresponde ao estipulado.

“Não recebemos qualquer tipo de informação. Chegámos aqui e percebemos que a escola não tinha condições para nós, alunos de teatro”, diz Mariana Baquero, aluna do 11.º ano.

Pedro Ribeiro, presidente da Associação de Estudantes e aluno do 12.º ano, acrescenta que os alunos sentem que a mudança de escola foi feita de forma abrupta e com várias ilegalidades.

"Estão a pôr aulas com nomes que não são os que estão a ser dados, há módulos que não estão a ser dados. As aulas não estão a ser benéficas para nós. Sinto que estão a interromper o nosso processo de preparação para o mercado de trabalho, e estamos a ficar muito desmotivados e muito descontentes".

Os alunos reclamam por não haver um auditório onde possam ensaiar regularmente. O que existe tem de ser reservado previamente e, na maioria das vezes, está indisponível devido a eventos externos.

"Não temos um palco para podermos ensaiar, e a única sala que temos disponível, o auditório Carlos Avilez não pode ser usado pelos alunos de teatro", indica Pedro.

Mariana acrescenta que este tipo de ensino não é suficiente para os alunos de teatro: "Nós não estamos a ter ensinos de teatro. Foram-nos ditas várias mentiras - que esta escola foi construída para nós, o que não é verdade, até porque nem um anfiteatro temos. Foi-nos dito que o espaço que temos cá fora seria um anfiteatro, mas não é. Não temos sequer uma sala feita para podermos fazer ensaios, espetáculos e exercícios cénicos".

Além de um palco, os alunos dizem ainda que não são ouvidos pela direção.

"Sentimos que estão a tentar ir muito por aparências. O edíficio tem de ser sempre um edifício bonito, não podem pôr certas coisas, não poder ter um toldo em cima das escadas, (…), não podemos ir para as varandas, não podemos andar nas escadas. Sentimo-nos desmotivados, desvalorizados, e que não somos ouvidos. As reuniões que temos com a direção não são benéficas e já tivemos imensas" desabafa o presidente da Associação de Estudantes da EPTC.

À SIC, o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, não quis prestar declarações e remeteu para um vídeo disponível na Internet de uma reunião de Assembleia Municipal realizada no passado dia 28 de outubro, onde o problema foi apresentado por uma encarregada de educação.

Também a diretora pedagógica da escola fundada por Carlos Avilez, em 1992, Maria Duarte, disse não ter nada a acrescentar.