Está a aumentar o número de pessoas em lista de espera por ajuda alimentar. O caso está a preocupar as associações que relatam que há famílias a aguardar meses por uma resposta.
No Porto, três associações que distribuem bens alimentares têm listas de espera.
“Há quase dois anos que nós, infelizmente, não conseguimos integrar porque as famílias que integram este programa tendem a perpetuar-se no mesmo. Não era o suposto, mas infelizmente mantém-se a situação de carência económica”, afirma Joana Falcão da Associação Asas de Ramalde.
A Asas de Ramalde apoia 260 famílias encontrando-se, atualmente, 69 famílias em lista de espera, um total de 170 pessoas. A Associação aconselha as famílias a recorrerem, também, aos técnicos de ação social da Câmara Municipal do Porto, pois vão dar “a melhor resposta e o melhor encadeamento” às famílias.
A Associação Nacional de Ajuda aos Pobres (ANAP) apoia 1.204 famílias e eram necessários cerca de "1.800, 1.900 cabazes" para corresponder a toda a procura. São poucos os casos de famílias que conseguem contornar as dificuldades e deixar de precisar deste apoio. Para entrar na lista, é preciso passar por uma avaliação socioeconómica.
“Os alimentos chegam pela AMI. Há uma credencial e cada família mediante o número de elementos do agregado familiar tem um conjunto de alimentos que nós separamos e entregamos a cada família”, refere Francisca Cunha, assistente social.
“Tenho pessoas licenciadas a precisar do cabaz. Alguns trabalham mas não fazem face às despesas”, assegura Claudina Costa, da ANAP.
Este programa é gerido pela Segurança Social e está previsto beneficiar 120 mil pessoas. Contactado pela SIC, o instituto revela que pode alagar até mais 10% em cada território.
No caso do concelho do Porto, estão a ser apoiadas 3.433 pessoas, abaixo do máximo previsto, que ultrapassa os 3.500 beneficiários. As associações apontam a falta de políticas públicas que permitam combater a pobreza em Portugal.