Com mais de 100 mil membros, o PCC é a maior organização criminosa do Brasil. Nasceu há duas décadas e já opera em vários países europeus, incluindo Portugal.
A rede criminosa procura deixar escancarada a porta de entrada no mercado europeu para os carregamentos de droga, sobretudo por via marítima e dos portos de Sines, Lisboa e Leixões.
Guilherme Derrite é o secretário de Segurança Pública de São Paulo. Há muito que tem o dedo apontado ao PCC e a cabeça a prémio. Esteve numa conferência no Porto há um mês e, sem meias-palavras, revelou que em Portugal já opera uma das atuais células da organização criminosa.
“[Portugal] é uma porta de entrada para distribuição de drogas na Europa, com uma moeda forte, como o Euro, o que é muito mais lucrativo”, afirma.
Diz que um dos objetivos do grupo é a lavagem do dinheiro da droga.
O mais recente relatório do SIS - o Serviço de Informações de Segurança - refere que vivem em Portugal cerca de 1.000 pessoas com ligações ao PCC - o Primeiro Comando da Capital, também responsável por centenas de homicídios e vários motins nas cadeias.
Lincoln Gakiya investiga há duas décadas o crime organizado no Brasil. Em declarações ao jornal Público, afirma que "o PCC está a multiplicar-se em Portugal" e veio para ficar.
Pelo menos 20 reclusos filiados já terão sido sinalizados nas prisões portuguesas.