O presidente do INEM é ouvido esta tarde no Parlamento sobre as alegadas falhas na resposta do socorro pré-hospitalar. A audição de Sérgio Dias Janeiro foi aprovada na semana passada, a pedido do PS e do Chega, com caráter de urgência. A Associação Nacional de Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) reuniu-se esta quarta-feira com o presidente do INEM. Sobre a audição de esta quinta-feira, o presidente da ANTEM, Paulo Paço espera que os deputados fiquem a conhecer as reais necessidades do INEM.
“Pretendemos que venha a surgir destas audiências, seja que realmente os legisladores, os políticos, as pessoas com capacidade para mudar a legislação em Portugal relativamente à emergência médica de uma vez por todas, consigam perceber o quão grave é a situação neste momento e que é necessário resolvê-la o quanto antes”, afirma Paulo Paço, em entrevista na SIC Notícias.
Em relação à reunião com Sérgio Dias Janeiro, o presidente da ANTEM garante que foi muito produtiva.
"A partir de deste momento existe um entendimento entre a entre a direção do INEM e também a direção da ANTEM, algo que até aqui nunca se havia verificado anteriormente, apesar dos incessantes pedidos para reuniões com o anterior executivo do INEM".
“Existe desde logo um entendimento entre nós para que, de facto, se possa avançar na criação de uma ‘task force’”, destaca Paulo Paço.
O presidente da ANTEM detalha algumas das questões que estiveram em cima da mesa, nomeadamente o funcionamento do Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
“Estamos em comum acordo quando dizemos que o sistema de triagem hoje em dia, a utilização dos CODU está bastante desatualizado, aliás, nós entendemos que deve ser substituído de imediato por um sistema mais avançado, com validação científica, e que é utilizado um pouco por todo o mundo”, explica.
Paulo Paço mostra-se mais otimista em relação ao futuro do INEM: “Neste momento, sinto que existe aqui uma luz ao fundo do túnel. Porque a reunião de ontem com o doutor Dias Janeiro foi bastante produtiva”.
“Esperamos que esta que esta situação seja de facto o despoletar da mudança que é necessário imprimir imediatamente no INEM”, sublinha o presidente da ANTEM.
Os deputados ouvem também esta quinta-feira, a pedido do Chega, a Comissão de Trabalhadores do INEM, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar e as Associações dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar e Médica.
Há pelo menos onze mortes que podem estar relacionadas com as falhas no atendimento do INEM. Foram abertos sete inquéritos do Ministério Público, um dos quais foi arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção Geral das Atividades em Saúde.