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"Comecei a dormir na rua. Perdi-me, voltei a beber e a fumar": os desafios de encontrar um novo rumo para a vida

Em Évora, há um novo espaço para receber, durante o dia, pessoas em situação de sem-abrigo. O projeto pretende capacitá-las para a integração social e profissional.

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No complexo Ramalho Barahona, em Évora, várias pessoas em situação de sem-abrigo encontram um espaço que os acolhe e lhes muda a vida.

O projeto, inserido no (In)visibilidade 2.0, é um consórcio entre três instituições: a Santa Casa da Misericórdia de Évora, a entidade coordenadora, que tem como parceiros a Associação Pão e Paz e a Cruz Vermelha Portuguesa. O principal objetivo é promover a integração destas pessoas, numa altura em que o número de sem-abrigo na cidade alentejana continua a aumentar.

"Comecei a dormir na rua. Perdi-me todo, comecei a beber outra vez, comecei a fumar, já tinha deixado há 10 anos. (...) Depois bati às portas da minha família, alguns viraram-me as costas", desabafa André Cruz, um dos beneficiários deste projeto, onde encontrou um novo espaço para a sua vida.

Para aumentar a capacidade de resposta social, um acordo entre a Santa Casa da Misericórdia de Évora e a Câmara Municipal tem como intuito recuperar um edifício que irá permitir dar um maior apoio.

"Vamos ter a possibilidade de pernoita, de acolhimento temporário; (...) e de ter alojamentos para fazer a integração e a habituação à vida autónoma", explica Francisco Lopes Figueira, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Évora.

O acordo prevê que o edifício esteja pronto para receber pessoas em situação de sem-abrigo no início de 2026.