A Polícia Judiciária (PJ) encontrou 106 mil euros não justificados nas contas bancárias do ex-vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia. Patrocínio Azevedo está acusado de corrupção e o julgamento marcado para o início do ano.
Foram cruzados os rendimentos declarados ao Estado e os movimentos nas contas bancárias do ex-vice-presidente da autarquia de Gaia entre 2018 e 2023. Dessa análise, a PJ concluiu que há depósitos injustificados.
Segundo o Jornal de Notícias, o gabinete de recuperação de ativos da PJ detetou 106,5 mil euros que não encaixam no património legal declarado ao fisco pelo arguido. Para Ministério Público, substanciam a suspeita de atividade criminosa, no âmbito da Operação Babel.
Detido em maio de 2023, Patrocínio Azevedo, antigo número dois da Câmara de Vila Nova de Gaia, é suspeito de ter recebido pelo menos 125 mil euros e vários relógios de luxo para licenciar projetos urbanísticos.
São também arguidos neste processo o empresário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera. Estão acusados por dezenas de crimes económicos, nomeadamente corrupção e tráfico de influências.
De acordo com o JN, a análise feita pelo gabinete de recuperação de ativos da Polícia Judiciária aos documentos para arresto das contas e bens dos arguidos leva o Ministério Público a reclamar mais de 42 milhões de euros a cinco arguidos e oito empresas.
O início do julgamento, no Tribunal de Vila Nova de Gaia, está marcado para dia 6 de janeiro,data que já foi contestada pela defesa de alguns arguidos.