Há idosos e doentes com falta de mobilidade que não conseguem sair de casa há dois meses devido a uma avaria nos elevadores, num prédio de habitação social, em Lisboa. A empresa que faz a gestão dos bairros municipais garante que já tentou reparar os elevadores e justifica as avarias com vandalismo.
105 degraus separam Álvaro Correia da liberdade. Acamado devido a um problema de saúde que lhe tirou a mobilidade das pernas, há dois meses que não sai de casa devido a uma avaria nos dois elevadores que servem a fração de habitação social onde vive com a mulher.
No caso de não existir elevador ou estiver avariado, os bombeiros que fazem transporte de doentes vão apenas buscar doentes até ao terceiro andar.
No caso de Álvaro, sem a ajuda dos bombeiros e sem elevador em funcionamento, não conseguir sair de casa implica faltar a consultas e à fisioterapia essenciais para recuperar.
Mariana Correia já perdeu a conta ao número de vezes que contactou a Gebalis, a empresa pública que gera a habitação municipal em Lisboa, tanto por telefone como presencialmente. A resposta é sempre a mesma.
Contactada pela SIC, a Gebalis não quis dar entrevista, mas por escrito garantiu estar a par da situação. Justifica que esta é uma fração com problemas em termos de apropriação, registos de vandalismo, acessos condicionados por terceiros e tráfico de droga e que pelo menos um dos elevadores está parado devido a vandalismo.
A Gebalis garante ainda que houve tentativas de reparação impedidas por falta de condições de higiene e uso inapropriado da casa das máquinas, droga nas portas do elevador e do poço, arrombamento da porta da casa das máquinas, com pessoas no interior. Motivos que valeram a apresentação de queixas crime pela empresa publica.
A Gebaldis garante, no entanto, ir proceder ao arranjo dos elevadores. Foi feita esta quarta-feira uma visita ao prédio para apurar os motivos de avaria de um dos elevadores.
Quanto ao segundo, o valor da reparação ultrapassa os 7 mil euros. Os trabalhos estão previstos iniciar apenas em janeiro. Até lá, a recuperação e liberdade de Álvaro têm a porta fechada.