O Jardim da Parada, em Lisboa, conta com mais de 100 anos de história. Quem o frequenta diz que é o coração do Bairro de Campo de Ourique e teme que a beleza e a paz do espaço possam ficar comprometidas. Vai ser construída uma nova estação de metro debaixo do jardim.
"As pessoas que moram aqui em Campo de Ourique e que são de cá estão contra, porque vão tirar o parque das crianças, vão cortar árvores que são históricas", afirma Carmina Lopes, moradora. “Nós não temos necessidade de ter metro. Temos muitos transportes”, diz Aurélia Rodrigues, que também vive em Campo de Ourique.
Obras podem afetar comércio local
A estação vai ter quatro acessos, um deles ao lado do restaurante Fiammetta, de Ludovica Rocchi, que diz que o início das obras podem afetar o negócio.
“Eu vou ficar sem esplanada e provavelmente também sem restaurante”, lamenta.
O tempo estimado para a obra é de três anos.
Metro explica-se
Em comunicado enviado à SIC, o Metropolitano de Lisboa sublinha que no passado mês de novembro foi realizada, em conunto com a junta de freguesia, uma sessão pública com a população da zona para dar esclarecimentos, tendo uma das questões abordadas sido, precisamente, a do comércio local.
Nessa circunstância, o Metro reiterou “o seu compromisso em adotar todas as medidas de minimização de impactos da obra, (…), bem como avaliar eventuais prejuízos incorridos pelo comércio local cujo ressarcimento a empresa possa vir a ser responsável”.
“No final [da obra], as únicas estruturas emergentes serão 2 elevadores que se irão localizar onde atualmente se encontram as instalações sanitárias. A nova estação de Campo de Ourique terá dois acessos na Rua Almeida e Sousa, dois na Rua Francisco Metrass e um acesso no próprio Jardim da Parada. A localização destes acessos potencia a ligação às zonas do bairro de Campo de Ourique de maior densidade habitacional, de serviços e de atividade social”, assegura o Metro.
Quanto à estrutura verde, nomeadamente o Jardim da Parada, a empresa promete manter “todas as suas caraterísticas” e, vinca, que “a construção da estação no subsolo [do jardim] não terá qualquer interferência com o enraizamento das espécies arbóreas existentes já que, tendo em consideração o seu porte e idade, as mesmas terão uma profundidade máxima de enraizamento de cerca de 6 metros e a perfuração do túnel ocorrerá a uma profundidade 3 a 5 vezes superior”.
O Metro garante ainda que: “Contribuirá para o enriquecimento da requalificação urbana da malha octogonal através da plantação de mais 50 exemplares arbóreos em locais a definir pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Junta de Freguesia de Campo de Ourique”.
[Notícia atualizada dia 10/01 às 19h23]