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"Je suis polícia" e "a nossa terra é aqui": as frases que marcaram a vigília do Chega e a manifestação contra o racismo

A manifestação "Não nos encostem à parede" levou uma multidão a descer a Alameda até ao Martim Moniz, no sábado à tarde. Uma concentração sem incidentes, onde todos os partidos de esquerda estiveram representados. Numa vigília menos expressiva, o Chega pediu que algumas pessoas continuassem a ser encostadas à parede.

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Além da moradora da baixa lisboeta, a Dona Alice, o Chega apresentou na Praça da Figueira cantores líricos: uma psicóloga formadora de três forças de segurança, um bombeiro, a mulher de um polícia e, por fim, o agregador de tanto descontentamento com os imigrantes.

As duas organizações ultranacionalistas presentes na Alameda, onde estava para começar a manifestação contra o racismo e a instrumentalização da polícia, foram aconselhadas a dispersar pela Polícia de Segurança Pública (PSP).

Milhares de pessoas manifestaram-se contra o racismo

Acabaram por deixar a Alameda pronta para receber portugueses e imigrantes que se manifestou contra o ódio, o racismo, a xenofobia e a instrumentalização da Polícia de Segurança Pública (PSP).

"Nós não vamos voltar a nossa terra. A nossa terra é aqui. É aqui que gastamos o nosso dinheiro, é aqui que eu escolhi ter a minha família e aqui que temos o nosso trabalho e pagamos os nossos impostos. Nós temos que ser respeitados", disse um dos participantes da manifestação "Não nos encostem à parede".

Todos os representantes políticos de esquerda desceram a Alameda como a filha de Mário Soares e o ex-autarca socialista de Lisboa.

"Nós não podemos ter um país governado por perceções, ainda por cima perceções erradas", sublinhou Fernando Medina.

A manifestação organizada por dezenas de associações decorreu sob o lema "Não nos encostem à parede".Alusão à imagem que marcou a operação policial de 19 de dezembro no Martim Moniz.