A demissão de António Gandra D'Almeida da liderança do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é vista por Francisco Goiana da Silva como um gesto de dignidade. Este sábado, na SIC Notícias, o comentador SIC lançou possíveis nomes para a substituição do CEO do SNS, que deixou o cargo depois de uma investigação SIC.
“Soube retirar-se porque percebeu que isto poderia pôr em causa a credibilidade da própria instituição da direção executiva”, afirmou, sublinhando a importância de se investigar a fundo os factos revelados pela investigação SIC.
Para o comentador SIC, é crucial garantir que “as pessoas certas” ocupam os “lugares certos”. Reconheceu que a escolha de Gandra D'Almeida foi “um erro de casting” e defendeu que há urgência em encontrar um substituto adequado.
“Não há uma segunda oportunidade para decidir bem por parte da ministra da Saúde. Mais vale demorar alguns dias, mas que se tome uma decisão acertada”, disse.
Goiana da Silva acrescentou ainda que a direção executiva, por definição, deveria ser um cargo eminentemente técnico, com a responsabilidade de executar políticas e gerir o sistema de forma eficiente. Contudo, mostrou-se apreensivo com uma crescente “repolitização” das nomeações desde que o atual governo tomou posse.
“Há sempre a tentação, por parte dos governantes, de puxar a brasa à sua sardinha”, alertou.
Investigação SIC levou à demissão do CEO do SNS
A ministra da Saúde aceitou o pedido de demissão apresentado na sexta-feira à noite pelo diretor-executivo do SNS, António Gandra D'Almeida, surgido na sequência de uma investigação da SIC, que denunciou que o responsável acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão, referindo que a lei diz que é incompatível.
Acontece que, como revelou a SIC, a lei diz que é a acumulação de cargos é incompatível, mas António Gandra D'Almeida conseguiu que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento.
No entanto, através de uma empresa que criou com a mulher e da qual era gerente, terá recebido "mais de 200 mil euros por esses turnos", adiantou a SIC.
Na nota enviada à comunicação social, Gandra D´Almeida considerou que a reportagem incide sobre a sua atuação profissional nos anos que precederam o exercício de funções como diretor executivo do SNS - 2021, 2022 e 2023 -- e que contém "imprecisões e falsidades que lesam" o seu nome.