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Caso Gandra D'Almeida: Ordem dos Médicos pede ao governo reflexão sobre modelo de prestação de serviços

O ex-diretor do SNS trabalhou em vários hospitais ao mesmo tempo que dirigia a Delegação Regional do Norte do INEM. Depois das escalas de serviço no Algarve, reveladas pela reportagem da SIC, foram identificados mais registos de horas de trabalho no Hospital de Gaia.

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António Gandra de Almeida, ex-diretor executivo do SNS, acumulou funções em vários hospitais ao mesmo tempo que liderava a Delegação Regional do Norte do INEM. Após as revelações sobre as escalas de serviço nos hospitais de Portimão e Faro, identificados pela investigação da SIC, há mais registos de trabalho realizados por Gandra d'Almeida no Hospital de Gaia, segundo o jornal Público.

No Algarve, Gandra d'Almeida prestou serviços nas urgências através de uma empresa criada em conjunto com a mulher, com ganhos superiores a 200 mil euros. O jornal Público revelou ainda que, nos mesmos anos em que dirigia a Delegação Regional do Norte do INEM, Gandra d'Almeida realizou cirurgias como tarefeiro nas urgências do Hospital de Gaia, que poderão configurar acumulação indevida de funções.

A Ordem dos Médicos solicitou ao governo uma reflexão sobre o modelo de prestação de serviços médicos. Carlos Cortes, atual bastonário da Ordem, diz que os tarefeiros são recrutados a preços mais elevados e que estas contratações desregulam o setor.

Face às polémicas, António Gandra d'Almeida apresentou a demissão. Segundo o site HealthNews, fontes próximas do processo apontam três potenciais substitutos para o cargo: Carlos Martins, atual presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria; Álvaro Santos Almeida, ex-presidente da Entidade Reguladora da Saúde; e José Miguel Guimarães, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e deputado do PSD.

O anúncio do novo diretor executivo do SNS deverá ser feito nos próximos dias.