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"Não é uma carreira, é uma função": Banco de Portugal tem 6 consultores, esclarece Centeno

Mário Centeno está a ser ouvido no Parlamento na sequência de um requerimento do Chega sobre a política de recursos humanos do Banco de Portugal, nomeadamente as remunerações dos consultores, após a polémica pública relacionada com a intenção do Governo de nomear Hélder Rosalino (ex-administrador e atual consultor da administração Banco de Portugal) para secretário-geral do Executivo.

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O Banco de Portugal tem atualmente seis consultores da administração. Mário Centeno foi chamado ao Parlamento para explicar os salários na instituição depois da polémica com a remuneração de Hélder Rosalino. O governador garante que já reduziu os salários em 12%. Diz que é normal haver consultores, que é uma situação temporária e que existe uma tabela salarial. Deu ainda os exemplos de Cavaco Silva, Vitor Constâncio e Vítor Gaspar que foram consultores do banco.

A polémica instalou-se depois da nomeação de Hélder Rosalino para liderar a secretaria-geral do Governo. O salário de 15 mil euros brutos por mês, o mesmo que já ganhava no Banco de Portugal como consultor e que é superior ao salário do primeiro-ministro, gerou polémica.

Rosalino desistiu, mas o caso expôs a política de remunerações do Banco de Portugal e Centeno teve de ir ao Parlamento a pedido do Chega para explicar o que fazem os consultores.

"Não há recrutamento para consultores da administração. Os critérios de acesso numa função que é desempenhada de uma forma muito temporária, o caso que nos traz aqui representava uma permanência como consultor da administração durante um período inferior a três meses", afirma Mário Centeno.

Apesar de ser temporário, o governador que pelo meio afastou estar a preparar uma candidatura presidencial e viu o Governo dizer que não tenciona reconduzi-lo, detalha que não se contratam consultores e quantos existem.

"Neste momento existem seis consultores, são 0,35% da força de trabalho do Banco de Portugal. Posso-lhe dizer que o máximo de número de consultores que existiu no Banco de Portugal foi em 2014 e foram 13. Eram dois em 2022", explica.

O governador do Banco de Portugal sublinha que se trata de uma função e não de uma carreira.

"[Ser] consultor da administração não é uma carreira, é uma função à qual apenas tem acesso quem está na carreira de direção do Banco de Portugal" (BdP), dz Mário Centeno.

Centeno puxa atrás a linha do tempo tanto à esquerda como à direita. Dá, até o próprio exemplo.

Governador desde 2020, Centeno garante que, no geral, entre os 1700 trabalhadores do Banco de Portugal, até reduziu os salários.

Esta quarta-feira, é a vez de ser ouvido o ministro da Presidência que vai responder sobre a mais recente criada secretaria-geral do Governo, a pedido do Bloco de Esquerda.