O esclarecimento surge na sequência do comunicado, emitido esta segunda-feira, pelos serviços de comunicação da Assembleia da República e que dava conta da realização de “buscas e apreensões". O local foi o gabinete do deputado eleito pelo Chega e suspeitos do furto de malas, Miguel Arruda.
“Foram hoje realizadas buscas e apreensões no gabinete do deputado Miguel Arruda na Assembleia da República. Esta ação foi presidida por magistrada do Ministério Público, tendo a Assembleia da República (AR) prestado toda a colaboração na realização da diligência”, referia o comunicado do Parlamento.
Acontece que, esta terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) esclarece, em resposta à SIC, que o Ministério Público solicitou a colaboração da Assembleia da República “no sentido da efetivação de apreensão de malas e objetos que se encontravam nas suas instalações”, e não de “buscas” como refere a AR.
Mais, refere a PGR, este inquérito que, recorde-se, investiga os alegados furtos de malas de Miguel Arruda nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, “encontra-se em segredo de justiça”.
Perfumes e powerbanks apreendidos
A SIC sabe que entre os “objetos apreendidos” estão, por exemplo, perfumes, sacos e powerbanks.
Malas apreendidas depois de fotografia revelada pela SIC
Na sexta-feira, o ex-deputado do Chega, agora deputado não-inscrito, regressou a São Miguel, alegadamente, para cumprir um período de baixa médica para se afastar da polémica em que está envolvido.
No mesmo dia, a SIC divulgou, em exclusivo, uma imagem do gabinete que dividia, no Parlamento, com Miguel Teixeira, outro deputado do Chega, onde se veem várias malas e uma mochila.

Com autorização do partido, a polícia, responsável pela investigação, acedeu ao gabinete, na noite de segunda-feira e terá apreendido as quatro malas e a mochila, na presença de uma magistrada do Ministério Público.
A operação não foi acompanhada pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, porque estaria em Espanha.
Miguel Arruda, eleito pelo Chega Açores, é suspeito de ter roubado cerca de 20 malas dos tapetes rolantes do aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada, há vários meses.
Haverá imagens de videovigilância que revelam o açoriano a recolher duas malas e a dirigir-se para a casa de banho, de onde regressava apenas com uma.
Parte do conteúdo seria vendido numa plataforma online de venda de artigos - Vinted - e a preços irrisórios. O deputado não negou a existência da conta que, entretanto, foi encerrada, mas clama inocência.