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Seca no Mira: falta de água continua a ser um problema para os agricultores

As chuvas das últimas semanas favoreceram boa parte das barragens, mas no sudoeste alentejano a situação de seca pouco ou nada se alterou. Os agricultores de Odemira temem que a próxima campanha seja ainda pior que a do ano passado e dizem que as medidas de contingência impostas pelo anterior governo estão a acentuar desigualdades entre beneficiários.

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As marcas junto ao talude da Barragem de Santa Clara mostram até onde a água chegava há tempos. Está agora a 39% de capacidade, sete pontos percentuais acima face ao ano anterior, pela mesma altura, graças à chuva que caiu este inverno. 

Mas nem isso parece acalmar as preocupações dos agricultores, que continuam a considerar injusta a distribuição de água no Perímetro de Rega do Mira. A norma que está em vigor é clara: os terrenos que não foram regados na última campanha – independentemente do motivo – não vão ter água este ano, conforme decretado pela anterior Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes. 

A medida gerou controvérsia e tem obrigado vários produtores a reduzir pastos e a comprar forragens. Rui foi um deles e avisa que a próxima campanha de rega poderá ser igual ou pior que a de 2024. 

As medidas de contingência para o sudoeste alentejano deverão manter-se. O governo até está a estudar a possibilidade de ligar o Alqueva à Barragem de Santa Clara, mas a água que aqui há-de chegar não é para abastecer o Perímetro do Mira e sim para recarregar a Barragem da Bravura, no Barlavento algarvio. 

Para já, os agricultores de Odemira e Aljezur só vão poder contar com esta… e mesmo assim, não toda.