Bernardo tem três anos. Em maio foi-lhe diagnosticado um neuroblastoma de alto risco e começou a ser seguido no Instituto Português de Oncologia em Lisboa. Fez oito ciclos de quimioterapia e foi submetido a uma cirurgia em setembro. Há cerca de duas semanas tinha sido finalmente chamado. Devia ter sido internado no Instituto Português de Oncologia na passada sexta-feira, o que não aconteceu.
"Um dos cirurgiões disse-nos que tinha sido cancelada a cirurgia. Fomos ao IPO cobrar explicações e falámos com o diretor da unidade de transplantes, que informou que o Bernardo, assim como outros doentes, não seria internado devido a avaria no elevador que transporta as macas", diz Renata Nezello, mãe da criança de três anos.
O acesso à Unidade de Transplante é feito por dois elevadores. Mas só um tem capacidade para transportar macas e foi esse, o chamado monta-cargas, que ficou inoperacional há uma semana. O hospital garante que não foi necessário adiar qualquer procedimento, mas para manter a atividade de transplantação programada foi obrigado a arranjar alternativas.
No caso das crianças, apenas os IPO de Lisboa e o do Porto podem realizar transplantes. Se um doente precisar de ser transferido para os Cuidados Intensivos, tem de ser transportado para o Pavilhão Central. Ou seja, outro edifício.
Questionado pela SIC sobre um doente oncológico que faleceu no passado dia 23 no internamento da Unidade de Transplante, o IPO respondeu que "recorreu excecionalmente ao transporte através de um cadeirão reclinável pelo elevador operacional, entre o piso 3 e o piso 1". Ou seja, foi usado o único outro elevador com capacidade para transportar pessoas mas onde as macas não cabem.
Empresa deve reparar avaria esta semana
empresa de manutenção reuniu esta segunda feira com o hospital e admite que a avaria será reparada durante a semana. Os pais do Bernardo voltaram a ser contactados e o menino vai ser internado esta quarta feira para realizar o autotransplante de medula.