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"Quero pedir desculpa à família do Odair", diz mãe do agente da PSP acusado de homicídio

Na entrevista que será transmitida esta quinta-feira no programa "Casa Feliz", da SIC, a mãe do agente da PSP que atirou em Odair Moniz diz que o filho agiu "em legítima defesa", mas pede desculpas à família da vítima.

Mãe de Odair Moniz fala no programa "Casa Feliz"
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"Disse-lhe: "Tu já viste na televisão o que está a acontecer?" E ele responde-me: “Fui eu mãe, fui eu mãe, porque ele matava-me"". O relato é da mãe do agente da PSP que responde pelo homicídio de Odair Moniz.

Uma semana depois de ser conhecida a acusação, a mãe fala pela primeira vez para defender o filho, que diz ter disparado “em legítima defesa”.

“O meu filho não teve segurança (…) Os tiros nunca foram para matar, foi o descontrolo, nunca foi para matar ninguém.”

Na entrevista que será transmitida, esta quinta-feira, no programa "Casa Feliz", da SIC, a mãe do agente fala também para a família de Odair Moniz:

"Quero pedir desculpa à família do sr. Odair por aquilo que aconteceu. Se pudesse voltar para trás e pudesse dizer que nada disto aconteceu, eu diria."

PSP apresenta versões contraditórias

Palavras de mãe numa altura em que se sabe que foram apresentadas versões diferentes sobre as circunstâncias em que morreu Odair Moniz

Inicialmente, a PSP garantiu que o homem se atirou contra os polícias de arma branca em punho. E o agente que disparou também declarou às autoridades que teve receio quando viu o que lhe parecia ser uma lâmina na bolsa que Odair trazia à cintura.

Mas, de acordo com o Expresso, um terceiro elemento da polícia que chegou à cova da moura já depois da morte garantiu à judiciária que, inicialmente, não viu nada no chão e que apenas 20 minutos depois encontrou a arma branca junto à vítima.

O chamado gestor da cena do crime achou estranho e colocou mesmo a hipótese do punhal ter sido ali posto por alguém. A arma apreendida não tinha vestígios suficientes para obter ADN.

Questionado sobre as incongruências apontadas plo Ministério Público, o diretor da PSP garante que no futuro serão dados todos os esclarecimentos sobre o auto de notícia. Luís Carrilho diz que fica tudo registado no sistema de informação da polícia.