Há um membro do Governo apanhado nas escutas do processo Tutti-Frutti. O ministro das Infraestruturas foi ouvido a delinear a estratégia das autárquicas de 2017 com o principal arguido do processo. O Ministério Público aproveitou mensagens em que Miguel Pinto Luz parece tentar controlar os nomes escolhidos para as listas em Lisboa.
Não está acusado, nem sequer chegou a ser arguido mas na acusação de 1.300 páginas, o nome do ministro das Infraestruturas surge oito vezes.
Em 2017, Miguel Pinto Luz liderava a Comissão Política Distrital do PSD/Lisboa. Em maio desse ano, surge numa convenção de apoio à candidata à presidência da autarquia.
O vereador Ângelo Pereira e o autarca Luís Newton eram os 'braços direitos' de Pinto Luz. Mas é Sérgio Azevedo quem traz para as páginas do processo Tutti-Frutti, o atual ministro.
Estratégia de bastidores para controlar autárquicas
O Ministério Público traz para a acusação conversas que indicam uma estratégia de bastidores para controlar as listas das autárquicas.
O Ministério Público acusa Sérgio Azevedo e Luís Newton de planearem a distribuição de cargos em várias freguesias e de favorecerem uma série de empresas como a Ambigold, do ainda deputado do PSD Carlos Eduardo Reis.
As referências do Ministério Público a Miguel Pinto Luz não vão além da transcrição de escutas e mensagens. Miguel Pinto Luz, que agora tem agora a pasta das Infraestruturas, esteve esta quarta-feira no debate quinzenal no Parlamento, recusando comentar a operação Tutti-Frutti.