Na verdade, não chegaram a estar em liberdade, mas foram detidos duas vezes em menos de 24 horas os quatro homens que, para fugir à polícia, se refugiaram numa escola primária em Lagos. Eram, afinal, perigosos e procurados pelas autoridades espanholas. Vão ser ouvidos na segunda-feira, por um juiz da relação de Évora para serem extraditados. O tribunal de Silves entendeu que não tinha indícios suficientes para mantê-los detidos.
Quando as aulas retomarem na Escola Básica do Bairro Operário, já os quatro presumíveis assaltantes que ali se refugiaram estarão a caminho de ser ouvidos por um juiz do Tribunal da Relação de Évora.
Os quatro espanhóis, suspeitos de assaltos a residências em Lagos, eram também afinal procurados em Espanha por tráfico de droga, contrabando e posse de armas.
E só porque as autoridades do pais vizinho emitiram já no sábado à tarde mandados de detenção europeus é que continuam detidos. Isto porque horas antes, o Tribunal de Silves, que os ouviu em primeiro interrogatório judicial, entendeu que a suspeita dos tais assaltos em Portugal não era suficiente para os manter atrás das grades, mesmo depois da aparatosa fuga que trouxe sobressalto e tiros de arma de fogo à pacata escola primária.
A Polícia Judiciária ainda tenta perceber quem disparou para onde e quantas vezes quando, em fuga às autoridades, os suspeitos saltaram a vedação e se refugiaram no recreio. Lá dentro, alunos e professores agachados, esperaram que tudo passasse.
Em comunicado, a PSP reconhece que foi obrigada a fazer tiros de aviso, mas garante que foram para o ar e no exterior da escola. Um dos suspeitos acabou ferido por um desses disparos num pé. Teve alta no sábado.
Não chegou a ser presente a primeiro interrogatório judicial, mas junta-se agora aos outros três no caminho até Évora para enfrentar o processo de extradição.