Sem que tenha falado de viva voz, nos últimos dias, sobre a empresa da família, Luís Montenegro junta-se esta terça-feira ao Presidente da República, em Brasília. Até ao final da semana, o primeiro-ministro vai estar no Brasil para uma cimeira para a qual leva 11 ministros, mais de metade do Governo.
Quando por cá, se fala de uma moção de censura, que o Presidente da República, já do outro lado do Atlântico, quando confrontado com a questão, respondeu ser "uma iniciativa partidária e de estratégias de partidos". Por outro lado, Marcelo disse que não comenta.
A estratégia é do Chega, e não é acompanhada por mais ninguém na oposição, apesar dos partidos insistirem que o primeiro-ministro tem de explicar os contornos da empresa.
"Acreditamos que há boas explicações, elas têm de ser dadas, e têm de ser dadas o quanto antes", frisou Pedro Nuno Santos, apelando a Montenegro para que não espere "mais dias" para falar sobre um caso "que é muito semelhante ao do seu secretário de Estado [Hernâni Dias], que acabou por sair do Governo".
O Bloco de Esquerda anunciou que vota contra a moção de censura, já o PS já tinha esclarecido que mataria a iniciativa do Chega, antes de Ventura ter chamado os jornalistas à sede do partido para informar que ia dar mais umas horas a Luís Montenegro.
O Governo tem de estar presente no Parlamento para um debate que tem de se realizar três dias após o pedido ser entregue, neste caso: sexta-feira.
Ao Correio da Manhã, que escreve esta terça-feira que o primeiro-ministro contraria as regras do Código de Conduta do Governo, o gabinete de Luís Montenegro respondeu que não há nenhum conflito de interesses e que a empresa nunca celebrou nenhum contrato com entidades públicas.