O influencer Tiago Grila foi tramado por um podcast, onde confessou, em tom de piada, um atropelamento. A SIC apurou que o crime ocorreu exatamente num dia de chuva, a 17 de janeiro do ano passado, pouco depois das 20h00, na Avenida D. José I, na Amadora.
A PSP, que procurava há um ano o autor do atropelamento, já tinha o caso arquivado. Agora, após “uma preciosa colaboração”, pode “ser reaberto”, explica Manuel Cobre Correia, advogado de direito penal, na antena da SIC Notícias.
Tiago Grila pode responder por dois crimes:
- O primeiro crime, explica o advogado, é de “omissão do dever de auxílio”, com “pena de até dois anos de prisão ou até 240 dias de multa”. No entanto, Manuel Cobre Correia considera que pode "carecer de alguns requisitos", porque é necessário provar que o acusado "era a única pessoa em condições de prestar auxílio.
- O segundo, que implica “menos dúvidas técnicas”, é de ”ofensa à integridade física negligente", ou seja, um crime “causado não por intencionalidade, mas por haver um descuido sancionável”. Pode chegar aos mesmos dois anos de pena, além de “uma indemnização pelos danos causados”. "
“Sadismo" pode ajudar a determinar pena
Questionado sobre os contornos da revelação de Tiago Grila, o advogado diz que “infelizmente o mau gosto e até um certo sadismo não são sancionáveis do ponto de vista penal”.
"No entanto, é evidente que pode ser um elemento relevante para a determinação da pena", afirma Manuel Cobre Correia.
“Não teve piada nenhuma”, diz vítima
A SIC encontrou a mulher vítima do atropelamento e fuga na Amadora. Marina Braga diz que se revê na descrição dada por Tiago Grila no podcast. Chegou a estar internada no hospital devido ao embate que sofreu e, até hoje, está impedida de trabalhar.
Marina Braga reconheceu o acidente de que foi vítima na confissão de Tiago Grila nas redes sociais.
"Não teve piada nenhuma. Foi uma coisa grave que me deixou limitada para o resto da vida. Estou há um ano parada. Não foi um toquezinho como ele diz", afirmou a jovem.