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Macron esteve uma hora no parlamento português e destacou amizade entre os dois países

O presidente francês está de visita oficial a Portugal. Já foi recebido na Assembleia da República numa sessão solene com discursos de Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e do presidente do parlamento. A visita começou ao final da manhã, no Mosteiro dos Jerónimos. Emmanuel Macron foi recebido com honras de estado por Marcelo Rebelo de Sousa debaixo de muita chuva.

Macron esteve uma hora no parlamento português e destacou amizade entre os dois países
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O Presidente francês, Emmanuel Macron, esteve esta quinta-feira no parlamento português durante mais de uma hora, e deixou no livro de honra uma mensagem destacando "a amizade entre França e Portugal" e o "apego comum" dos dois países à Europa.

O chefe de Estado francês chegou ao Palácio de São Bento já depois das 16:15, mais de uma hora depois do que estava previsto, após ter estado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na residência oficial.

Emmanuel Macron, que iniciou uma visita de Estado de dois dias a Portugal, foi recebido na Assembleia da República com uma cerimónia solene de boas-vindas e honras de Estado. A chuva que marcou o dia continuou a cair enquanto Macron e José Pedro Aguiar-Branco receberam as honras militares e ouviram os hinos de França e Portugal, momento durante o qual partilharam o mesmo guarda-chuva, que seguraram cada um com uma mão.

ANTONIO PEDRO SANTOS

No salão nobre, primeiro ponto de paragem na Assembleia da República, decorreu a sessão de cumprimentos, na qual participaram os vice-presidentes e secretários da Mesa da Assembleia da República, os líderes parlamentares e a deputada única do PAN, além dos presidentes da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, da Comissão de Assuntos Europeus, e do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal--França.

O único líder parlamentar que não compareceu à sessão de cumprimentos foi o do Chega, Pedro Pinto.

Depois de o Presidente francês ter cumprimentado os deputados portugueses, o presidente do parlamento português saudou a delegação francesa que acompanha o chefe de Estado na visita a Portugal, que vai passar pelas cidades de Lisboa e Porto.

Emmanuel Macron assinou de seguida o livro de honra da Assembleia da República, onde escreveu: "Feliz por ter estado ao vosso lado com o intuito de celebrar, neste lugar emblemático da democracia portuguesa, a amizade entre França e Portugal e o nosso apego comum à nossa Europa".

O Presidente francês despediu-se "com amizade"

Após um encontro privado no gabinete de Aguiar-Branco, de cerca de 15 minutos, as duas figuras do Estado português e francês dirigiram-se à sala de visitas da presidência, para um momento de conversações entre as duas delegações, que também decorreu à porta fechada.

Depois, Macron e Aguiar-Branco deslocaram-se à sala das sessões para tirar a fotografia oficial, primeiro apenas os dois, e depois com os representantes dos partidos portugueses e a comitiva francesa.

Nos ecrãs, surgiam as bandeiras portuguesa e francesa. Nas bancadas onde habitualmente se sentam os deputados, estavam vários jornalistas dos dois países para captar o momento. Na última fila, esteve sentado também o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Sérgio Sousa Pinto.

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Macron saúda ida de Zelensky aos EUA

Ainda antes de deixar o parlamento português, o Presidente francês falou brevemente aos jornalistas, o que não estava previsto.

“Estou muito satisfeito com esta visita de Estado neste momento da Europa e do mundo. E, apesar das muitas incertezas, de alianças muitas antigas por vezes serem questionadas, 26 anos após a última visita de Estado de um presidente Francês, a minha presença aqui hoje demonstra que as verdadeiras amizades se mantém. A ligação entre Portugal e França é um exemplo desta Europa mais forte, mas devemos, sem dúvida, fazer escolhas muito significativas para termos uma Europa mais unida e forte em termos tecnológicos, industriais, em questões de Defesa, e os tratados que vão permitir cimentar isso. 

Saudou, ainda, a ida de Volodymyr Zelensky a Washington e disse que o conflito na Ucrânia deve preocupar todos os europeus e que estes devem estar unidos mais do que nunca.

“Estou confiante de que ele irá recebê-lo amanhã, se tudo correr bem. Fico feliz, é muito bom. Tento sempre dar o meu contributo para facilitar as coisas, mas a Ucrânia, para nós, é uma luta importante, é uma luta pelo Direito internacional, pela soberania e pela segurança dos europeus”

“É algo existencial para nós, por isso, é importante que o presidente Zelensky possa também expor ao presidente Trump o que está em jogo no seu país. Tentei explicar na passada segunda-feira o quanto isso é importante para nós e também salientar a importância do laço transatlântico. Mas, hoje em dia, os europeus devem convencer-se de uma coisa, é preciso, mais do que nunca, estarmos unidos e sermos fortes”, concluiu. 
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A passagem de Macron pela Assembleia da República durou pouco mais de uma hora e obrigou ao atraso da sessão plenária, que estava previsto começar às 16h30. Depois de tirada a foto oficial e as comitivas terem saído da sala das sessões, com o cumprimento do chefe de Estado francês aos jornalistas na bancada da imprensa, o espaço foi rearranjado, e os funcionários voltaram a colocar a mesa no centro do plenário, bem como várias cadeiras nos lugares dos deputados.

Inicialmente esteve prevista a realização de uma sessão solene no parlamento português, com as presenças do Presidente da República e do primeiro-ministro, na qual Emmanuel Macron discursaria, mas acabou por não se realizar, tendo sido substituída por uma cerimónia de boas-vindas.

Com LUSA