País

PCP diz que “não há explicação nenhuma que valha perante aquilo que se conhece”

Paulo Raimundo que a recente polémica que envolve o primeiro-ministro não é nova e que é algo que o Partido Comunista tem vindo a dizer desde que o Governo entrou em funções.

Loading...

O secretário-geral do PCP defendeu esta sexta-feira que o Governo "não está em condições de resolver os problemas" da população e tornou-se num "foco de descredibilização da vida política", recusando que explicações do primeiro-ministro possam resolver a situação.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Paulo Raimundo considerou que a notícia divulgada pelo Expresso, segundo a qual o grupo de casinos e hotéis Solverde, em Espinho, paga à empresa detida pela mulher e os filhos do primeiro-ministro, Spinumviva, uma avença mensal de 4500 euros desde julho de 2021 por "serviços especializados de 'compliance' e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais", confirma o que o PCP tinha dito há um ano, quando apresentou uma moção de rejeição ao programa do Governo

"(…) Aquilo que vamos assistindo comprova exatamente aquilo que o PCP afirmou há um ano, de um Governo ao serviço dos grupos económicos, um Governo que incentiva a promiscuidade entre os grupos económicos e aquilo que são os interesses do Estado", ou seja, um Governo que "promove um verdadeiro conflito de interesses".

Para o secretário-geral do PCP, “este verdadeiro conflito de interesses está aí a comprovar-se todos os dias e que se manifesta no ponto de vista das políticas erradas com consequências na vida da maioria do povo, de todos aqueles que vivem e trabalham”. 

Por isso, para o Partido Comunista, é possível concluir que “este Governo não está em condições de responder aos problemas por um lado, e hoje, para além de não responder aos problemas, é um foco de descredibilização da vida política nacional e terá de se tirar as conclusões sobre essa matéria”.

Questionado pelos jornalistas sobre o que tenciona fazer caso Luís Montenegro não apresente todos os esclarecimentos, Paulo Raimundo diz quenão há explicação nenhuma que valha perante aquilo que se conhece”. 

“O que é que vai acrescentar as explicações do primeiro-ministro? (…) O senhor primeiro-ministro pode reunir-se em Conselho de Ministros extraordinário, pode fazer uma declaração amanhã às 20:00 e vai falar sobre o que? vai explicar o que? não há explicação nenhuma. Estamos perante um acontecimento que demonstra aquilo que nós temos dito nesta parte: profunda promiscuidade, uma política é uma  opção ao serviço dos grupos económicos”.

Interrogado se espera assim que o primeiro-ministro apresente a sua demissão este sábado, o secretário-geral do PCP disse que, das declarações que Luís Montenegro fez esta manhã, depreendeu que "vai refletir em função destes acontecimentos todos e tomará as decisões em funções dessa reflexão".

"Caberá ao senhor primeiro-ministro essa reflexão, mas diria que o volume de problemas, o volume de consequências das suas opções políticas e aquilo que vai acontecendo, torna muito difícil que este Governo continue com esta política que não responde aos problemas das pessoas", disse.

Com LUSA