O primeiro-ministro continua a ser alvo das críticas dos partidos de esquerda, desta vez por ter estado a jogar golfe com o dono da Solverde. Ambos participaram num torneio, dois dias depois do debate da moção de censura no Parlamento, e numa altura em que grande parte dos líderes europeus se deslocaram a Kiev para assinalar os três anos de guerra na Ucrânia.
A ausência de Luís Montenegro das cerimónias dos três anos de guerra, na capital da Ucrânia, foi justificada com questões de agenda.
O primeiro-ministro português foi dos poucos líderes europeus que não estiveram presentes, nem participaram de forma remota através de videochamada.
Mas na véspera, a 23 de fevereiro, Luís Montenegro esteve no segundo Torneio de Golfe do Clube dos Economistasao lado de Manuel Violas, dono da Solverde.
A participação no torneio dois dias depois de o Parlamento debater a moção de censura ao governo, marcada pela polémica em torno da empresa da família do primeiro-ministro, gerou incómodo entre os partidos da oposição.
Segundo o Observador, o episódio ganha maior destaque por coincidir com a ausência de Montenegro de Kiev num contexto internacional atual particularmente tenso.
Na altura, o líder do PS chegou a ser questionado pelos jornalistas sobre a ausência e disse que se fosse ele primeiro-ministro faria questão de estar presente na Ucrânia.
As críticas da esquerda
Na rede social Blue Sky, Ana Gomes criticou a participação de Montenegro no torneio de golfe no dia em que deveria estar a caminho de Kiev.
No bloco de Esquerdao líder parlamentar acusa o primeiro-ministro, em declarações ao Observador, de priorizar os momentos de lazer, em detrimento da representação do Estado, e vai mesmo apresentar no Parlamento um pedido de esclarecimentos.
Também Rui Tavares do Livre fala numa situação grave e indesculpávele exige explicações, questionando se é mais importante estar no torneio de golfe com uma empresa cliente da consultora da família do que estar em trânsito para Kiev.
Luís Montenegro é amigo de longa data de Manuel Violas, dono do grupo Solverde, proprietário de casinos e hotéis que paga 4.500 euros de avença mensal à consultora, que vai agora passar para os filhos do primeiro-ministro.