Num primeiro momento, quase pode passar despercebido pela forma como as muralhas do castelo de Aguiar da Pena se fundem com o granito onde assenta. Mas logo se revela aquilo que os especialistas chamam de um “castelo roqueiro”: edificações que aproveitam a dureza e os contornos naturais, para se tornarem ainda mais invencíveis.
Apesar da estrutura atual ser já dos primórdios da nacionalidade portuguesa, acredita-se que ainda antes poderia haver aqui uma fortificação do chamado encastelamento - fase em que muitos foram construído
O castelo, também conhecido como de Pena de Aguiar, encosta-se ao planalto do Alvão com vista privilegiada para o vale, cuja terra dominava. Um reduto que foi sinal do poder dos primeiros monarcas em Terras de Aguiar, onde habitantes da pequena aldeia vizinha, chamada Castelo, tinham de providenciar a guarnição.
O tempo erodiu a capacidade de defesa de uma estrutura que, no século XV, se impunha na paisagem e que hoje se consegue reconstituir com base na arqueologia e no mundo digital.
O mesmo aconteceu com o castelo de Arnóia. No resguardo da estrutura militar, cuja origem estará nos finais do século X, surge agora a aldeia do Castelo. Mas, até ao início de 1700, esta era a Vila de Basto, onde estava a sede do concelho de Celorico de Basto e o seu castelo altaneiro.
Pela aldeia, permanecem vestígios do poder local, que relembram o fulgor perdido pelas mudanças na arte da guerra e a fixação das fronteiras.
No fim da vida do castelo, no século XVI, sabe-se, graças à arqueologia, que morou aqui um ferreiro. No entanto, não se esqueceram centenas de anos de histórias e lendas que remontam à reconquista.
Riqueza cultural e patrimonial que tem sido alvo de investimento, para contar parte da história das Terras de Basto, e do único castelo entre os 58 monumentos da Rota do Românico. Aposta que vai continuar. O Baixo Tâmega continuará assim a estar debaixo do olho vigilante de um castelo, que acabou por reconquistar um destaque que chegou a parecer perdido para sempre.