País

"Não preciso de apoios nem desejo apoios de nenhum partido", afirma Gouveia e Melo

Sem revelar se vai ou não avançar com uma candidatura à Presidência da República. Henrique Gouveia e Melo diz que neste momento, em que o país está a passar por uma crise política, o seu futuro não é "para aqui chamado". O ex-chefe do Estado maior da Armada diz que a preocupação é a "governabilidade e o futuro ainda tem muito tempo para se manifestar".

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Henrique Gouveia e Melo continua sem revelar se vai ou não avançar com uma candidatura a Belém.Esta quinta-feira, no Porto, o antigo chefe do Estado Maior da Armada, disse que neste momento o seu futuro “não é para aqui chamado” porque agora “estamos preocupados com a governabilidade e o futuro ainda tem muito tempo para se manifestar". 

Depois de ser questionado sobre se a crise política pode, de alguma forma, influenciar um possível calendário político já pensado, fugiu à questão, dizendo apenas que “não veio nem alterar nem mexer” porque “a vida é muito ativa e as coisas acontecem”.

“O que é importante neste momento é fixarmos num futuro imediato, um futuro que nos vai dar governabilidade e que vai permitir que o país continue a sua vida normal. E não estar a preocupar com o futuro pós esse futuro”, disse aos jornalistas.

Sobre uma possível convocação de eleições antecipadas, que deverão ser anunciadas esta quinta-feira à noite, Henrique Gouveia e Melo não quis comentar.

Movimento "Gouveia e Melo Presidente"

Esta quarta-feira foi tornado público que o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada Henrique Gouveia e Melo submeteu um pedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial para registar como marca o "Movimento Gouveia e Melo Presidente". 

Mais um vez, o ex-almirante voltou a dizer que este é “um registo que defende uma marca” que no passado já foi alvo de tentativas de uso sem autorização e deixou a ressalva: “Não significa que esse futuro se vai materializar hoje, amanhã ou depois de amanhã”. 

Questionando, de seguida, sobre se esta crise política abre um terreno positivo para os candidatos que vão surgir com partidos por trás, afirmou que “não gostava de aproveitar uma crise política para qualquer coisa porque as crises políticas são sempre más para todos”. 

Dizer que estou contente porque há uma crise política seria errado e não é a minha perspetiva (...) Esse terreno positivo para mim não é em terreno positivo. É negativo porque nos prejudica a nós portugueses que estamos todos ansiosos de ter estabilidade, um governo credível e um Governo que faça a sua função bem feita”. 

"Não preciso de apoios nem desejo apoios de nenhum partido"

Também na quarta-feira, André Ventura admitiu apoiar uma candidatura de Gouveia e Melo a Belém. Mas, mais uma vez, sem confirmar nada sobre a candidatura, diz que, em todo o caso, não precisa de apoio.

“Eu não preciso de apoios nem desejo apoios de nenhum partido nem de nenhuma área política. A minha maneira de estar é: eu apresento-me como cidadão, neste momento sou um cidadão que está a intervir na vida pública. Tive 45 anos limitado e isso não significa nada. A minha intervenção só significa que enquanto os portugueses me derem essa atenção, e a desejarem saber qual é a minha visão e o que eu penso ou não sobre determinados assuntos, eu terei muito gosto em partilhar essa visão”. 

“Eu acho que as outras pessoas, para bem do debate democrárico também têm de partilhar as suas visões e é um conjunto de visões que são importantes”, finalizou. 

Gouveia e Melo pede entendimento pós-eleições

Por fim, falando sobre sobre um pós eleições legislativas, Gouveia e Melo diz que muito provavelmente PS e PSD terão de chegar a um entendimento.

“Não só há condições, como parece que vão ter de falar após o ato eleitoral porque há uma observação relativamente simples, isto observando as eleições até agora, os extremos todos juntos não passam de 20%.

Por isso, diz o ex-almirante "80% da população quer soluções ao centro e essas soluções devem aparecer e devem ser os partidos que estão no centro que devem conseguir em acordo entre eles  fazer o que a população deseja porque senão a população não votaria no centro".