Os guardas-florestais e os vigilantes da natureza estão preocupados que a dissolução do Parlamento deite por terra um ano de negociações para a valorização das carreiras. Temem que o assunto só volte a ser discutido novamente depois da próxima época de incêndios.
“O ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] abriu um concurso para 50 vigilantes de natureza, formou-os, mas com uma ausência de revisão da carreira”, expõe Alexandre Carvalho, do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil.
“Não temos essa valorização salarial e as pessoas depois acabam por transitar para outras carreiras da administração pública, porque a de vigilante da natureza não é atrativa”, lamenta.
Alexandre Carvalho diz que se assiste a “sucessivos governos a cair” e que “o problema dos vigilantes da natureza vai atrás”.
“Já são 25 anos. Quantos mais anos temos de esperar para que haja uma revisão da carreira?”, questiona.
Também os sapadores florestais, que viram melhoradas algumas condições de trabalho – nomeadamente, o aumento da comparticipação do Estado por equipa -, estão agora num impasse. A promessa do governo em reconhecer o risco da profissão está agora novamente “em banho-maria".
“Mais uma vez, com estas questões da crise política, acaba por cair por terra. Mais uma vez, os sapadores florestais ficam sem esta valorização profissional”, afirma Alexandre Carvalho.
Nos próximos tempos, o país andará às voltas com as eleições e a formação do próximo governo. Por isso, vigilantes e sapadores florestais podem não conseguir ver tão rápido melhoradas as carreiras.