País

Mulher com deficiência espera há meses por obra do PRR que Câmara de Lisboa não executa

Lúcia Fisteus precisa de obras para a casa onde vive estar adaptada às suas necessidades especiais. O projeto, no valor de 15 mil euros, foi aprovado, mas a autarquia tarda em executá-lo. A mulher vê-se obrigada a percorrer quilómetros só para poder usar a casa de banho.

Loading...

Uma mulher com paralisia cerebral espera há quase um ano por obras de adaptação da casa onde vive. Ganhou um concurso da Câmara de Lisboa que disponibiliza dinheiro europeu, mas o projeto ainda não avançou. É obrigada a ir de cadeira de rodas até ao centro de dia para tomar banho. Um percurso de meia hora. 

A casa de Lúcia Fisteus precisa de trabalhos de adaptação na casa de banho, a substituição de portas e o derrubamento de uma parede. Uma obra estimada no valor de 15 mil euros. Para realizá-la, concorreu ao Programa Acessibilidades 360º, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), executado pela Câmara Municipal de Lisboa. 

O projeto foi aprovado. Disseram-lhe que a obra seria feita até setembro de 2024. “Não aconteceu”, constata Lúcia. A autarquia prometeu-lhe depois que a obra seria feita no primeiro trimestre deste ano – o que também ainda não aconteceu, com o trimestre a chegar ao fim. 

Sem obras de adaptação em casa, há um ano que Lúcia foi obrigada a mudar de rotina. Três vezes por semana, tem de arranjar a mochila com uma muda de roupa para poder tomar banho, fora de casa. Sem outro meio de transporte, vai de cadeira de rodas até ao centro de dia. Um percurso de 30 minutos pela estrada, ao lado de veículos automóveis. 

“Isto condiciona diretamente a minha vida”, constata Lúcia Fisteus. “Trata-se da minha dignidade enquanto pessoa.” 

Em resposta à SIC, num parágrafo, a autarquia garante que o início das obras será em meados do mês de abril".

Ainda assim, sem data concreta, Lúcia continua a aguardar. Acusa os responsáveis políticos de “falharem consecutivamente com as pessoas com deficiência”.