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Reclusos da prisão do Linhó estão sem consultas de psicologia há quase duas semanas

Consultas foram suspensas porque o sindicato dos guardas prisionais afirmou que os serviços mínimos da greve não estavam a ser cumpridos, uma vez que os guardas acompanhavam os reclusos. 

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Da ala até à sala de consulta os reclusos precisam de ser acompanhados por um guarda prisional. Até à semana passada, na prisão do Linhó, mesmo em greve, os guardas garantiam esse acompanhamento. Mas aos olhos do sindicato, os serviços mínimos não estavam a ser cumpridos.

“A senhora diretora Ana Pardal decidiu que iria continuar as consultas de psicologia, nós cumprimos. Foi necessário apresentar uma queixa ao senhor diretor geral que por escrito proibiu a diretora de continuar com as consultas. Ora, a violação da greve está aqui, está mais do que clara. Já apresentamos várias queixas à Inspeção Geral de Justiça, ao Ministério da Justiça, Procuradoria-Geral”

Em resposta à SIC, o ministério da Justiça diz que “a diretora do estabelecimento prisional do Linhó mandou suspender as consultas, desde 14 de março. Até o final do mês vão ser canceladas 41 consultas de psicologia e 28 de psiquiatria”.

Numa lista a que a SIC teve acesso, foram identificados 36 reclusos que estão a ser afetados por esta situação. Os especialistas em psicologia dizem que as consultas são essenciais.

“É importante quer na contenção, por exemplo, das situações de violência, quer na promoção de competência para resolver problemas, resolver conflitos, que numa lógica até de evitar situações mais graves como tentativas de suicídio ou outros comportamentos mais desajustados”

A greve dos guardas prisionais deverá manter-se, pelo menos, até ao final deste mês.