Lagos, uma das terras de Infantes, rainha das cidades do Barlavento, está associada à época dos Descobrimentos portugueses.
Um dos centros turísticos do Algarve mais atrativos, pelas praias, património cultural e religioso, tem uma vida noturna dinâmica e não gora as expectativas dos visitantes que percorrem as suas ruas estreitas, brancas e direitas, entre muralhas.
A pesca e a indústria conserveira eram as atividades mais importantes, mas após a década de 1960 o turismo floresceu e não parou de crescer. A esta costa chamam-lhe 'D'Oiro' devido à cor quase dourada das rochas e a temperatura das águas lacobrigenses.
O património histórico, a gastronomia e as ofertas hoteleiras também convidam. Um dos exemplos é o Hotel Vila Galé Lagos, próximo da desafogada Meia Praia e, literalmente, na moda.
Diversos estilistas, bem conhecidos, ajudam a homenagear o sector. Ana Salazar é a madrinha do projeto, Carlos Gil, Nuno Gama, Tenente, Buchinho, entre outros. Participam com modelos originais, acessórios e fotografias. Um hotel que também segue as novas tendências na arte de bem receber.
O hotel está aberto a não hóspedes, que podem ir ao restaurante, com pratos de autor, à base de marisco e peixe fresco. Para combater a sazonalidade, um dos principais adversários do Algarve, o SPA está aberto ao público, todo o ano.
Um saltinho até Sagres e Vila do Bispo
Não muito distante, ir a Sagres é obrigatório. Com praias de altas falésias verticais, o Farol de São Vicente e a fortaleza. As praias do Tonel, Mareta, Martinhal, Burgau, Salema e Baleeira são bem conhecidas na zona, algumas com boas ondas para o surf. Não faltam restaurantes, lojas e animação.
Outra das localidades acolhedoras é Vila do Bispo, onde proliferam os 'pollicipes pollicipes', nome cientifico dos conhecidos 'percebes', onde descobrimos um restaurante, recentemente transformado e rebatizado, que os serve bem frescos.
Além dos já referidos 'percebes', retirados manualmente de rochas quase inacessíveis, das ostras do Alvor, lulas recheadas e sopa de peixe, há outros pratos. As sobremesas também são típicas. Ali perto, vale a pena ver o mercado e o museu, aberto há apenas um ano. Pesca, Agricultura, Apicultura estão bem representadas.
Rumo a Monchique
De Vila do Bispo rumamos para novo destino. Não sem antes pararmos para apreciar este importante Menir. Com o apetite já desperto, pelos ares da Serra e do Mar, chegámos a Monchique. Tomada pelo Turismo com artesanato próprio e uma economia local diversificada.
Tudo feito à mão e com paciência. Cada doce fino leva uns 15 minutos a fazer e não falta bebida para acompanhar.
Incontornável é, também, ir às Termas de Monchique. Com mais ou menos água, neste caso a chuva que marcou o nosso roteiro, o Algarve não perde a sua identidade.
De uma ponta à outra do Algarve: Tavira é o último destino
De uma ponta à outra do Algarve, em Tavira, além da vila há segredos e encantos para descobrir na Ria Formosa, percursos na natureza, à beira-mar e pelos montes serranos. A antiga ponte romana, pedonal, é um marco. Características são as salinas e algumas praias.
É sobretudo do que a Ria dá que à Chef deste restaurante, Noélia Jerónimo, se abastece. Cozinha com alma, comida de conforto, de tacho, ideal para partilhar. Os pratos nunca são os mesmos e o menu também muda, todos os dias, bem como as sobremesas.
Depois de uma frugal refeição o melhor é ir passear. Ou desfrutar de algumas das melhores praias do Algarve, ali com menos vento e temperatura mais amena.
Para dormir, o Hotel Albacora é histórico e tem estórias para contar. Para casais ou famílias com crianças durante todo o ano.
Nem quando o sol aquece e o movimento aumenta se sente ruído ou bulício. Num espaço onde era a Mercearia deste grupo piscatório há agora um núcleo museológico.
Do Sotavento ao Barlavento, mesmo em época baixa, não falta o que ver e fazer no Algarve, em terra e à beira-mar.