Há quase dois anos que os processos mais complexos, nomeadamente os que investigam a criminalidade económico-financeira, ficam alojados num servidor do Ministério da Justiça. O procurador-geral da República alerta para os riscos:
"O IGFEJ considera que essa informação tem de estar toda centralizada nos seus servidores e eu entendo que e a informação criminal, nomeadamente dos crimes mais mediáticos, deve estar nos servidores da PGR. É uma situação complexa. Parece que temos uma guerra entre o Ministério da Justiça e o Ministério Público", aponta Amadeu Guerra.
Defende, por isso, a criação de uma aplicação que tenha como base o servidor da Procuradoria-Geral da República, que sirva para comunicar diretamente com os tribunais e a Polícia Judiciária.
Assim, o departamento do Ministério da Justiça sairia da equação. Mas neste momento, há um braço de ferro e a discussão do tema foi inevitavelmente adiada.
Convidado para uma conferência luso-brasileira, Amadeu Guerra explicou como está a ser feito o processo de digitalização da justiça em Portugal. Elogiou o mecanismo tecnológico, criado há oito anos com o processo BES, para tratar e analisar provas.
O procurador-geral da República alertou, ainda, para os riscos e benefícios da inteligência artificial na investigação.