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Gouveia e Melo nega ter escondido rendimentos de alojamento local no Alentejo

Henrique Gouveia e Melo nega ter escondido rendimentos de um alojamento local na declaração que entregou ao Tribunal Constitucional quando era Chefe do Estado Maior da Armada. Sem ter ainda avançado com a candidatura a Presidente da República, o Almirante já conta, no entanto, com um especialista em comunicação, o antigo assessor de imprensa de José Sócrates.

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A candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República ainda não foi confirmada, mas aqui e ali vai-se sabendo com quem conta o Almirante.

Luís Bernardo, antigo assessor de imprensa de José Sócrates e António Guterres, admitiu à revista Sábado que deu conselhos a Gouveia e Melo e que a agência de que é dono foi contactada para fazer consultoria na mais que provável candidatura presidencial.

A WLP foi no ano passado alvo de buscas por suspeitas de corrupção numa operação que investiga o favorecimento de entidades públicas a empresas de comunicação privadas.

Nada que pareça abalar a confiança de Gouveia e Melo que num esclarecimento por escrito diz que Luís Bernardo é um profissional reconhecido no meio com grande experiência de comunicação e marketing político, não aceitando que limitem as suas escolhas com o que chama "manobras de bastidores".

Gouveia e Melo nega rendimentos no Alentejo

Na mesma edição a revista Sábado lança outra polémica relacionada com Henrique Gouveia e Melo. Desta vez com o alvo em Odemira, no Cal Velho, uma propriedade comprada há 12 anos pelo Almirante e pela então mulher e depois transformada em Alojamento Local.

Quando foi nomeado Chefe do Estado Maior da Armada, Gouveia e Melo declarou a casa ao Tribunal Constitucional, mas de acordo com a revista ficaram de fora os rendimentos obtidos com a exploração do negócio.

Gouveia e Melo explicou à Sábado que na verdade nunca obteve lucros. De acordo com o Almirante o negócio é explorado pela ex-mulher que gere o Alojamento Local com autorização da sogra que mantém o direito de usufruto.

Ainda assim, a revista falou com um especialista em Direito Fiscal que sem ter sido informado do caso concreto concluiu que estava perante um ativo patrimonial não declarado.

Contactado pela SIC, o mesmo jurista tem agora outra opinião quando lhe é explicado que o caso se refere a um antigo Chefe do Estado Maior da Armada.

"A lei 52/2019, que é a lei no fundo que disciplina toda esta matéria ou o essencial de toda esta matéria, refere quais são os cargos políticos que estão obrigados a declarar este tipo de rendimentos não refere o cargo que o Almirante exerceu porque também não era um cargo político e nos altos cargos públicos que a lei identifica também não me parece que se possa enquadrar", explica José Gonçalves Ferreira, conselheiro da Associação de Direito Administrativo (ADA).

Ou seja, Gouveia e Melo nem era obrigado a apresentar a declaração de rendimentos como de resto terá sido informado pelo Tribunal Constitucional.