A ministra da Administração Interna esteve, afinal, na reunião onde foi decidido retirar um capítulo sobre a extrema direita do relatório sobre segurança interna. Margarida Blasco tinha garantido que só teve conhecimento da versão final do documento e que não conhecia outra versão do relatório de segurança interna.
A ministra da Administração Interna, em resposta ao Bloco de Esquerda no início do mês, tinha dito que desconhecida em absoluto a existência de qualquer outra versão do relatório de segurança interna que não seja a versão oficial e que foi aprovada.
No entanto, a versão preliminar do relatório incluía um capítulo sobre ameaças híbridas e extremismos que foi retirado e não consta no relatório final.
O Diário de Notícias conta que a retirada desse capítulo foi debatida e aprovada pelos presentes numa reunião a 21 de março. Nessa reunião, estavam presentes, como convidadas, a ministra da Justiça e a ministra da Administração Interna.
Margarida Blasco, que já tinha dito desconhecer outra versão, prometeu falar aos jornalistas no final de uma sessão que presidiu esta terça-feira de manhã em Vila Real.
No final, rodeada por seguranças, não respondeu aos jornalistas. Apesar das insistências, nem mais uma palavra.
O capítulo em causa
O capítulo que desapareceu do relatório tinha informação essencialmente sobre a atividade de grupos de extrema direita. Terá sido detetado em Portugal um ramo de um grupo extremista internacional classificado como organização terrorista por vários países. Alguns deles já impuseram sanções.
O Expresso, diz que se trata do grupo 'Blood and Honour', um grupo neonazi que está sinalizado pelas autoridades portuguesas desde 2018.
Foi a Polícia judiciária que escreveu o capítulo que foi retirado da versão final.