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Escolhidos os oito jurados para julgamento de homicídio de grávida da Murtosa

"Na prossecução do processo de seleção dos jurados que constituirão o tribunal do júri, teve lugar, no dia 24 de abril de 2025, a audiência pública de apuramento, com a consequente designação dos quatro jurados efetivos e quatro jurados suplentes que comporão o tribunal, mantendo-se a previsibilidade do início do julgamento no dia 19 de maio de 2025", refere um comunicado do juiz presidente da Comarca de Aveiro.

Escolhidos os oito jurados para julgamento de homicídio de grávida da Murtosa

Os oito jurados que vão integrar o tribunal de júri que irá julgar o suspeito do homicídio de uma mulher grávida na Murtosa foram escolhidos numa audiência de apuramento que decorreu, esta quinta-feira, no Tribunal de Aveiro.

"Na prossecução do processo de seleção dos jurados que constituirão o tribunal do júri, teve lugar, no dia 24 de abril de 2025, a audiência pública de apuramento, com a consequente designação dos quatro jurados efetivos e quatro jurados suplentes que comporão o tribunal, mantendo-se a previsibilidade do início do julgamento no dia 19 de maio de 2025", refere um comunicado do juiz presidente da Comarca de Aveiro.

Este foi a quarta e última fase de um processo que começou em fevereiro, com a pré-seleção de 100 nomes dos cadernos eleitorais dos 12 municípios da Comarca de Aveiro (Águeda, Albergaria-a-Velha, Anadia, Aveiro, Estarreja, Ílhavo, Mealhada, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Sever do Vouga e Vagos).

Outros julgamentos mediáticos

Os julgamentos com tribunal de júri ocorrem quando estão em causa crimes graves, cuja pena máxima seja superior a oito anos de prisão, se tal for requerido pelo MP, pelo arguido ou pelo ofendido.

O julgamento de Francisco Leitão, conhecido como "Rei Ghob", e mais recentemente dos homicídios do triatleta Luís Grilo e do polícia Fábio Guerra foram alguns dos casos mediáticos que foram julgados por um tribunal de júri.

O julgamento com tribunal de júri do homicídio da mulher grávida da Murtosa foi requerido pelo Ministério Público (MP) e vai decorrer à porta fechada, sem a presença de público e jornalistas, uma vez que a juíza titular do processo determinou a exclusão da publicidade da audiência de julgamento e demais atos processuais.

Para a primeira sessão, a 19 de maio, está previsto o interrogatório do arguido, a reprodução das declarações por ele prestadas em sede de primeiro interrogatório judicial, as declarações do assistente e a reprodução das declarações para memória futura prestadas nos autos.

A inquirição das testemunhas indicadas na acusação deverá ocorrer nos dias 20, 21 e 22 de maio, seguindo-se a 23 de maio a produção de algum meio de prova que não tenha sido possível assegurar nos dias anteriores. A inquirição das testemunhas indicadas pela defesa deverá ter lugar nos dias 26 e 27 de maio.

O arguido está acusado dos crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.

Foi detido pela PJ em novembro de 2023, e, após ter sido presente a primeiro interrogatório judicial, ficou em prisão preventiva, passando um mês depois para prisão domiciliária.

O MP diz que o suspeito manteve durante cerca de um ano uma relação íntima com a vítima, que tentou sempre manter em segredo, fruto da qual aquela engravidou.

Para evitar que lhe viesse a ser imputada a paternidade e beneficiassem do seu património, o arguido terá decidido matar a vítima e o feto que esta gerava, no dia 03 de outubro de 2023 à noite, no seu apartamento na Torreira.

De acordo com a investigação, durante a madrugada do dia 04 de outubro e nos dias seguintes, o arguido ter-se-á desfeito do corpo da vítima, levando-o para parte incerta, e o cadáver não foi encontrado até hoje.