A manhã desta sexta-feira foi de sobressalto. Em Beja, um tornado arrancou árvores, telhados de casas voaram mas não há registo de vítimas ou feridos. Os danos ainda estão a ser avaliados mas já há explicação para o fenómeno meteorólogico que se passou.
Em declarações à SIC Notícias, Jorge Silva, vice-presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Proteção Civil, explicou que a quinta-feira quente que se registou na região e a chuva repentina desta madrugada estão na origem do tornado.
“Pela manhã cerca das 6h40, houve uma chuva bastante intensa e ontem tivemos um dia de calor. (…) A temperatura da terra estava a fazer o arrefecimento natural com o ar ascendente” mas a “chuva muito repentina” desta madrugada “criou uma diferença de potenciais de variação que levou a que este ar que estava em fase ascendente tivesse descido muito bruscamente e tornado este ciclo de ar muito rapidamente à volta do tornado, é isto que é o fenomeno, que é o acontecimento”.
O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, indica, citado pela agência Lusa, que este fenómeno meteorológico atingiu, sobretudo, Porto Peles, uma povoação do concelho com 150 habitantes e a cerca de 10 quilómetros da cidade.
"Terá tido uma duração de poucos segundos. Às 8:15, atravessou a pequena população de Porto Peles e causou alguma destruição, sem que haja a registar, felizmente, nem feridos, nem população desalojada", adiantou à margem de uma visita à feira agropecuária Ovibeja.
Paulo Arsénio, que já se deslocou ao local para se inteirar dos estragos, relatou que ficaram "seriamente danificados" telhados de armazéns e de uma casa, mas na parte não habitada e a existência de "muitas árvores caídas" e também de um muro.
"Houve muitas placas de zinco e pernadas de árvores pelo ar, que causaram depois estragos em persianas e em marquises" de casas, referiu, salientando que, pelo menos, uma viatura teve também danos mais significativos.
Para já, realçou o autarca, estão a decorrer operações de rescaldo e limpeza, assinalando que o apuramento dos prejuízos causados pelo mau tempo será feito "nas próximas horas, se calhar, até nos próximos dias".
Também no concelho de Beja, numa zona rural perto de Baleizão, acrescentou o autarca, "terão sido arrancadas", com o vento, "cerca de uma centena de oliveiras".
Contactado pela Lusa, o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo indicou que nas operações de socorro estiveram envolvidos os Bombeiros de Beja e da GNR, com um total de sete operacionais apoiados por quatro veículos.
Além dos meios e elementos dos bombeiros e da GNR, esteve também no local o Serviço Municipal de Proteção Civil.