O alegado roubo aconteceu na União de Freguesias de Aguiar da Beira e Coruche e na freguesia de Pinheiro. O ICNF confirma que houve cortes não autorizados de arvoredo, nomeadamente de pinheiro-bravo, em zonas próximas da povoação da Quinta da Estrada, com uma área estimada em cerca de 8 hectares. A tempestade Martinho terá servido de pretexto para o corte ilegal de grandes áreas de pinhal.
Na freguesia de Pinheiro, o presidente da junta, que exerce o cargo há 35 anos e que é também empresário do setor madeireiro, não reportou o abate às autoridades. Foi o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que, após uma denúncia local, tomou conhecimento da situação e alertou a GNR. Em declarações à SIC, o autarca garantiu não ter autorizado qualquer corte de árvores, mas também não apresentou queixa formal.
Não é a primeira vez que surgem polémicas com a gestão florestal local. Antes deste episódio, o mesmo presidente da junta autorizou o abate de pinheiros em terrenos baldios para permitir a passagem de cabos de média tensão e a instalação de uma antena de telecomunicações num terreno de sua propriedade. A junta acabou por ser multada pelo ICNF em 900 euros, valor pago pelo autarca do seu próprio bolso.
Aguiar da Beira ficou mais pobre: 8 hectares de floresta desapareceram, privando as juntas e o ICNF de receitas importantes. O Ministério Público vai concluir se houve furto, ou se o abate foi consentido.